Memória de João XXIII e do Concílio Vaticano II

D.R.

Neste mês de outubro, assinala-se o 55.º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II. Foi a 11 de outubro de 1962 que se deu início à assembleia ecuménica, então convocada pelo Papa João XXIII. No seu discurso inaugural, explicou as razões para a realização de tão histórico acontecimento, no contexto de um mundo com novos desafios e esperanças, mas em que Cristo não passa de moda, quer se esteja com ou contra a Igreja. “O grande problema, proposto ao mundo, depois de quase dois milénios, continua o mesmo. Cristo sempre a brilhar no centro da História e da vida; os homens ou estão com ele e com a sua Igreja, e então gozam da luz, da bondade, da ordem e da paz; ou estão sem ele, ou contra ele, e deliberadamente contra a sua Igreja: tornam-se motivo de confusão, causando aspereza nas relações humanas, e perigos contínuos de guerras fratricidas”, disse o Papa aos cardeais, bispos, teólogos e assessores do mundo inteiro que participaram neste Concílio.

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Nas palavras de João XXIII, a intenção era promover um “aggiornamento” para que entrasse “ar fresco na Igreja”; e também “abrir a janela da Igreja para que possamos ver o que acontece do lado de fora, e para que o mundo possa ver o que acontece na nossa casa”, explicou noutras ocasiões.

Conhecido como o “bom Papa” ou o “Papa da bondade”, pela sua simpatia e jovialidade de espírito, João XXIII não chegou ao fim do Concílio (morreu em junho de 1963 e o Concílio decorreu até dezembro de 1965), mas deixou uma marca indelével na sua doutrina, de tal modo que a sua memória litúrgica é celebrada no dia 11 de outubro.

João XXIII foi declarado beato pelo Papa João Paulo II no dia 3 de setembro de 2000; e canonizado a 27 de abril de 2014, domingo da Divina Misericórdia, juntamente com o também Papa João Paulo II: “Estes foram dois homens de coragem (…) e deram testemunho diante da Igreja e do mundo da bondade e misericórdia de Deus (…); “Eles viveram os trágicos acontecimentos do século XX, mas não foram oprimidos por eles. Para eles, Deus era mais poderoso, a fé era mais poderosa”, disse o Papa Francisco na cerimónia da canonização.