Um jubileu com o Beato Carlos

D.R.

O Imperador Carlos de Áustria foi sempre muito querido pelos madeirenses. Desde que chegou à nossa Ilha, no dia 19 de novembro de 1921. Apesar do desprezo e das campanhas de alguns jornais republicanos do Funchal. A simpatia, a proximidade, o testemunho de vida cristã de Carlos e Zita foram sendo cada vez mais importantes, sobrepondo-se ao simples facto de serem “personagens importantes”. Todos queriam contar com a sua presença. Por exemplo, os estudantes do Liceu não hesitaram em, no fim da benção, estender as suas capas para Carlos e Zita passarem por elas, no dia 1 de dezembro, na igreja do Colégio.

A isso se acrescentou, definitivamente, o relato do doloroso sofrimento do Imperador e da sua morte santa. O funeral, acompanhado por mais de 30 mil madeirenses, foi o maior que alguma vez a nossa ilha presenciou. Era a intuição popular da santidade daquele homem, que veio a ser confirmada, em 2004, pelo Papa S. João Paulo II, ao declará-lo Beato.

Carlos de Áustria foi um incansável construtor da paz. Os seus conselheiros e os generais do seu exército chegaram mesmo a desabafar, dizendo que ele procurava mais construir a paz que vencer a guerra. Um historiador contemporâneo classifica essa sua atitude como “obsessão” pela paz.

De 24 de março até 21 de outubro próximo, o Papa Francisco concedeu que, ao rezar pedindo a intercessão do Beato Carlos de Áustria e peregrinando à igreja do Monte onde se encontra o seu corpo, pudéssemos viver a indulgência, quer dizer: o perdão dos pecados e dos danos que eles sempre causam, recebendo de Deus por meio da Igreja a força para os reparar.

Nestes tempos de guerra, não deixemos de pedir a paz para a Europa, pela intercessão daquele que, no meio da Iª Guerra Mundial, foi um incansável “construtor da paz”.