Vocação

D.R.

A “Semana das Vocações”, que termina no Domingo, dia 21, com a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações Consagradas, é sempre motivo para todos tomarmos consciência de que não nos demos a nós a existência, mas antes a recebemos. E isso significa, à partida, que todos (quem quer que seja) recebemos uma vocação à vida da parte de Deus: Deus chama a cada um pelo seu nome, e propõe-se fazer caminho connosco.

É por isso que não faz sentido julgarmos que podemos determinar tudo o que somos. Basta parar um pouco para perceber como são falsas afirmações do tipo: “querer é poder” — e tantas outras frases tão da moda. Claro que a nossa liberdade é real. Mas não é infinita. E, muito menos, o nosso poder de determinar completamente a vida.

Por isso, faz todo o sentido procurar perceber a vontade de Deus a respeito de cada um. É que Deus tem, para cada um, um projecto de vida, e apenas seguindo-o a nossa história pode conduzir à vida plena.

E sim: é possível que esse projecto passe por uma consagração total, um enamoramento em que o próprio Deus seja tudo, de tal forma que tudo o que existe e é bom só passe a fazer verdadeiro sentido numa consagração total. O consagrado (todo o consagrado) é alguém de tal forma enamorado de Deus que passa a ser sinal de que aquilo que temos e vivemos —  o mundo inteiro, todo o universo — só faz verdadeiro sentido contando com Deus e encaminhando para Ele.

É por isso que, neste mundo tão cheio de si — ou tão distraído do essencial — necessitamos de muitas e santas vocações consagradas: precisamos, cada vez mais, de autênticos sinais de Deus!