Aniversário da Reforma Luterana no Funchal

“É muito mais o que nos une do que o que nos separa”, sublinhou o cónego José Fiel de Sousa, no ato celebrativo que assinalou esta terça-feira, no Funchal, os 500 anos da Reforma de Martinho Lutero. “Este aniversário”, perpassado por “séculos de separação”, pode “esbater o fosso psicológico” entre as igrejas cristãs, desde o século XVI, e cuja “aproximação”, rumo à “unidade”, teve profundo “acolhimento no Concílio Vaticano II”, disse ainda o vigário-geral da diocese que participou na cerimónia em representação do bispo do Funchal, D. António Carrilho, entre outras entidades oficiais.

A data de “31 de outubro de 1517”, em que o monge alemão Martinho Lutero afixou “95 teses” na porta de uma igreja, contra as “indulgências” de Roma, significa “um dia de festa” e um facto memorável para a “História da Europa”, afirmou na ocasião a Pastora Ilse Berardo, a responsável pela Igreja Luterana Alemã na Madeira. Com a “reforma de Lutero”, assistiu-se à “reforma” de “mentalidades” em vários campos, em particular na “educação” e nas conquistas “sociais”. Importa, por isso, “olhar para o passado com gratidão”, sem esquecer alguma “consciência de culpa”, por não se ter “alcançado a meta” desejada, e “olhar o futuro com esperança” . No essencial, acrescentou Ilse Berardo, “a Igreja cristã no seu todo precisa ainda de mais união” para responder aos desafios do nosso tempo.

Este ato evocativo dos “500 anos da Reforma” decorreu no Colégio dos Jesuítas, teve a colaboração da Universidade da Madeira (UMa), e traduziu-se numa “homenagem a uma figura ímpar”, considerou por seu lado o vice-reitor da UMa, Sílvio Fernandes, perante ilustres convidados, como o Representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto, e a vice-presidente da Assembleia Legislativa Regional, Fernanda Cardoso, que na oportunidade apreciaram uma exposição alusiva ao acontecimento.