Roma em Jubileu de esperança

D.R.

Mais que alguma vez a encontrei — mesmo no ano 2000 — Roma está, este ano, apinhada de peregrinos. Torna-se difícil caminhar nas ruas, tantos são aqueles que, neste mês de setembro escolheram a cidade eterna para viver o Jubileu.

Mesmo assim, a nossa peregrinação diocesana lá foi, percorrendo as basílicas, rezando e admirando estes verdadeiros marcos da cultura e da fé.  

E Roma é Roma. Não é apenas a cidade das artes, da história, da cultura ocidental — realidades que, obviamente, não nos são indiferentes. Para nós, nesta peregrinação, Roma é, sobretudo, a cidade da fé: da fé de Pedro e de Paulo, da fé de tantos mártires, proclamada até ao derramamento do próprio sangue, atestando a verdade da ressurreição. Roma é o lugar para onde todo o mundo católico olha, procurando aferir com ela a verdade daquilo e (principalmente) daquele em que acredita.

Por isso, não pode espantar a centralidade que teve para todos o encontro com o Santo Padre, na passada quarta-feira. Rodeados e acompanhados por crentes vindos de todos os cantos do mundo, verdadeiro espelho do mundo católico, a Audiência Geral foi inesquecível.

Depois de percorrer a Praça de S. Pedro no papamóvel, Leão XIV quis, na sua catequese, continuar a meditação sobre o Sábado Santo que já tinha iniciado há algumas semanas. Olhando para o dia que se segue ao da morte de Jesus na cruz, o “dia do silêncio”, o Papa subinhou-o como sendo “O gesto mais profundo e radical do amor de Deus pela humanidade”. Porque, continuou, “Não basta dizer e acreditar que Jesus morreu por nós: é necessário reconhecer que a fidelidade do seu amor quis procurar-nos precisamente onde nós próprios nos tínhamos perdido”. Cristo, disse o Papa, vem ao nosso encontro no abismo “onde reina a dor, a solidão, a culpa e a separação de Deus e dos outros”. Vem, não para julgar mas para libertar. “O Céu visita a terra em profundidade”. E essa é a raiz da nossa esperança.