Casa de Saúde Câmara Pestana: Conferência e Eucaristia marcaram Jubileu da Saúde

Foto: Duarte Gomes

Ocorreu na manhã do dia 5 de abril no Auditório Bento Menni, na Casa de Saúde Câmara Pestana, o Jubileu da Saúde que, de certa forma, antecipou o Dia Mundial da Saúde, que se assinala amanhã 7 de abril.

As palavras de abertura desta iniciativa, que contou com a presença do presidente da Assembleia Legislativa, do secretário regional da saúde e da superiora provincial das Irmãs Hospitaleiras ficaram a cargo do bispo do Funchal. 

Uma oportunidade para o prelado lembrar que “o tema da Esperança está muito ligado com o tema da saúde, porque na saúde nós experimentamos aquela realidade do limite do ser humano”.

Depois de sublinhar que “uma coisa é estar eternamente a sofrer e outra é estar eternamente a viver”, a verdade é que nós cristãos sabemos que houve alguém que venceu a morte e isso dá-nos outras perspetivas e “modifica o nosso modo de viver na terra”.

A civilização cristã, vincou ainda o bispo diocesano, é muito responsável pela realidade como se olha para a saúde, passando-se “de um abandonar os doentes à sua sorte, ao acompanhar do doente ao investigar para melhorar a vida do doente”.

Usou depois da palavra o secretário da Saúde. Pedro Ramos falou do tema deste ano do Dia Mundial da saúde cujo lema é “inícios seguros esperança para o futuro”, tendo sublinhado que na Região há muito que esse lema é cumprido. 

Embora haja sempre coisas a melhorar, como o próprio reconheceu, cedo percebemos que “a Saúde e o Social têm de andar de mãos dadas, tendo “enorme orgulho no trabalho que foi feito nestas áreas” aqui na região.

Seguiu-se uma conferência subordinada ao tema “Enquanto há vida, há esperança”, cuja oradora foi Ana Clara Silva, diretora regional para as Políticas Públicas Integradas e Longevidade.

A oradora, em declarações prévias aos jornalistas adiantou que ia organizar a sua intervenção em duas dimensões “se há esperança enquanto se vive e essa vida é atravessada por circunstâncias mais penosas, nomeadamente de doença incurável, o que é que fica nas mãos dos profissionais, o que fica nas mãos dos decisores e nas mãos da própria pessoa”.

Depois “há uma outra dimensão que é a de saber se há esperança nas políticas para o envelhecimento”. Neste âmbito avançou que “há uma preocupação de desenhar políticas que sejam de conforto de bem-estar, protetoras da saúde mental protetoras da fragilidade geriátrica”.

Embora seja a primeira a reconhecer que “já há muito boas praticas”, Ana Clara Silva considerou, no entanto, que “existem políticas de longevidade que se estão a desafiar perante a transição demográfica que estamos a viver”. 

A longevidade traz desafios para os quais é preciso encontrar respostas, até porque “o impacto do crescimento da demanda de cuidados é muito grande”. 

Além disso “é preciso que uma pessoa chegue a uma porta de cuidados, seja ela qual for, um hospital um centro de saúde, e tem de ter garantido que o seu percurso é suficientemente protegido, suficientemente linear e que não tem de haver intercursos nem paragens naquela que possa ser a sua resposta final”.

Depois é preciso “a discussão orçamental das políticas da longevidade”. Os orçamentos têm de ser definitivamente maiores. Sem isso, vincou, vamos continuar “a perguntar o que falta fazer”.

O programa deste dia terminou com uma celebração eucarística presidida pelo bispo do Funchal, D. Nuno Brás em que este sublinhou, entre outros pontos de vista, que “não somos cristãos porque temos uma grande ideia para o mundo, porque o cristianismo tem um grande sistema doutrinal, mas porque ao nosso encontro veio um Homem cheio de vida e pronto a partilhá-la, o que deu à nossa vida um sentido definitivo e fundamental”.

É neste Homem que podemos confiar para cuidar de nós. É essa, disse, “a nossa esperança”, a pessoa que “dá à nossa vida um sentido fundamental” e que “não engana”.

“Nesta Quaresma peçamos ao Senhor que Ele nos ajude a dar espaço a este encontro com Ele, que nos mostra o que somos, mas nos mostra também o carinho e a meta que Ele coloca à nossa vida, à nossa existência e que nos dê esta esperança que dá depois sentido a todas as outras esperanças que depois encontramos ao longo da nossa vida”, concluiu.