Solenidade de Cristo Rei: D. Nuno Brás exorta fiéis a serem soldados do reino de Deus, um reino de justiça e paz

Foto: Duarte Gomes

Este ano, devido às previsões meteorológicas, a peregrinação anual promovida pelo Conselho Central do Funchal da Sociedade de São Vicente de Paulo ao monumento do Cristo Rei, no Garajau, não se realizou. 

Em vez disso, cumprindo o que estava previsto, a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo foi assinalada este domingo, dia 24 de novembro, com uma Eucaristia na igreja do Caniço, presidida por D. Nuno Brás e concelebrada pelos cónegos Rui Pontes e Vítor Gomes.

Na homilia, o prelado começou por lembrar que Jesus Cristo é rei, mas “um rei diferente” tendo explicado algumas dessas diferenças, referindo, por exemplo, que o “reino de Jesus é um reino espiritual, interior, não é um reino com orçamentos, decretos-lei”. Ele “consiste antes na centralidade que Deus tem na nossa vida e na vida do mundo”.  Por isso, acrescentou “é um reino que não tem fronteiras”.

Neste contexto, explicou ainda que “é um reino que se dirige a todo e qualquer ser humano, mesmo aquele que é muito pecador, e que segue os critérios do Evangelho”, tendo pouco a ver “com as opiniões da maioria e do ‘achismo’”.  Ele “traz consigo a marca de Deus que é o amor. O amor que Ele colocou em todas as realidades criadas”. 

A luta pelo alargamento desse reino vincou ainda o prelado, “não é feita através de armas que matam, como na Ucrânia ou na Terra Santa, mas através do amor e do serviço”.

Enquanto presença e testemunhas do reino de Deus, “deste amor e desta caridade”, todos nós percebemos “como é o amor que dá a vida”. E é por isso mesmo que “o reino de Deus não vence pela imposição, mas vence pelo esplendor da verdade que nos ilumina e nos confronta e nos mostra que tantas vezes o que fazemos e o que somos tem tão pouco a ver com o amor e com o serviço”.

Finalmente, “podemos dizer que o reino de Deus não tem a sua plenitude neste mundo” e aqui é preciso ver claramente que “aquilo que fazemos e realizamos é sempre pouco, porque a realização plena deste reino não se encontra neste mundo, mas no lugar onde podemos contemplar Deus face a face”. Jesus ressuscitado “que dá o seu sentido último a todas as realidades”.

A grande questão passa agora a ser “como é que nós estamos disponíveis para este reino de Deus, como é que estamos abertos a que Deus nos recrute como soldados deste reino e deste rei, cujo trono é a cruz e a coroa é uma coroa de espinhos”.

“Peçamos ao Senhor que Ele crie em nós esta disponibilidade, que Ele nos ajude, verdadeiramente, não apenas a deixar que Ele reine sobre nós, mas também a ajudar tantos outros a viverem esta alegria e esta felicidade de sermos membros deste grande exército de amor que constrói e implementa o reino de Deus, reino de justiça e de paz, de amor, de salvação, de graça de vida”, concluiu.