“Abrir a Porta” a Escolas sem docentes e sem direções

D.R.

Um dos pilares mais importantes de uma sociedade é a educação,  uma nação que investe os seus recursos económicos e humanos nesta área, está a contribuir para um desenvolvimento consistente.

O atual executivo está a colocar em marcha profundas alterações na carreira docente, Infelizmente a generalidade dos professores desconhece a proposta do Ministério apenas, alguns eleitos dos sindicatos têm acesso às mesmas. É pena que um Senhor Ministro tão rápido a enviar cartas aos professores a enaltecer os seus feitos, não tenha a gentileza de divulgar a sua proposta de alteração da carreira docente. Não somos obrigados a estar sindicalizados

Apesar dessas negociações nos bastidores, na realidade como vem sendo hábito neste nosso querido Portugal, há sempre alguém que envia cá para fora (sabe-se lá com que intenção…) algumas pistas sobre a nova carreira docente e a alteração da Gestão das escolas. É sobre estas que quero reflectir. Na última reflexão que fiz sobre o tema, manifestei a minha posição sobre não haver um elemento na área de gestão. É uma posição muito controversa, mas viva a liberdade de expressão que cada vez mais está ameaçada. No entanto, isto não significa um desprezo pelo trabalho e responsabilidade que têm atualmente as direções, sobretudo das escolas agrupadas. Não sei se é verdade, mas li que o governo se prepara para reduzir a direcção para quatro elementos: Um director, um subdiretor, um assessor e um adjunto que teriam uma bonificação de 1 SMN, 0.75 SMN, 0.5 S;MN e 0.25 SMN, em que SMN designa o salário Mínimo nacional. Eu espero que isto não corresponda à verdade, estou no fim da vida profissional, por isso não está nos meus horizontes exercer tais cargos, mas a ser verdade, mostra a profunda ignorância do Ministro da Educação na área que está a tutelar.  Uma Direcção de uma Escola tem imenso trabalho e uma enorme responsabilidade. Não nos esqueçamos que estão a seu cargo centenas de crianças e jovens de menor idade que são deixados durante uma boa parte do dia à responsabilidade do estabelecimento de ensino. 

O Ministério solicitou às direções para atualizarem os dados do pessoal docente após aplicação da nova lei que regula a reposição do tempo de serviço e deram o prazo do fim do mês de setembro. Acontece que esse prazo termina amanhã e muitos docentes não têm a sua situação regularizada. As direções não querem saber? Não querem que os docentes saibam? Claro que se interessam pelo assunto! Quanto mais não seja porque sabem que se os docentes estão satisfeitos trabalham melhor. O problema é a falta de tempo. Em muitas escolas estão ainda a chegar novos professores e é necessário reajustar os horários e os elementos da direção não conseguem fazer tudo! Ainda estão a pensar reduzir o órgão diretivo? Atualmente queixamo-nos de falta de docentes, se esta ideia absurda de reduzir o número de elementos da direção de uma escola se concretizar temo que em breve existirão escolas sem comando.

Maria Guimarães