Os 800 anos dos estigmas de São Francisco são um evento significativo para a família franciscana, como explicou Frei Hermínio Araújo (OFM) no Convento de Santa Clara, no Funchal, no dia 20 de setembro. À margem da conferência, o sacerdote franciscano destacou ao Jornal da Madeira que esta celebração nos remete à identificação mística de São Francisco com Cristo, que começou no início do seu processo vocacional, em 1205-1206, junto ao ícone do crucifixo de São Damião, e teve um impacto profundo na sua vida espiritual e no seu trabalho com os marginalizados, especialmente os leprosos.

A experiência dos estigmas no Monte Alverne é vista como o culminar da caminhada espiritual de São Francisco, simbolizando uma nova vida que brota das feridas de Cristo. O tema “Das feridas, a vida nova” reflete a transformação espiritual de Francisco e é central na iconografia franciscana tradicional, que frequentemente o representa com os estigmas.

Frei Hermínio também sublinhou a importância do “Cântico das Criaturas”, composto por São Francisco nos últimos anos da sua vida, que inspirou a encíclica “Laudato Sí” do Papa Francisco. Este cântico aborda temas como o perdão, a paz, o sofrimento e a morte, integrando-os na dinâmica da vida. A celebração dos 800 anos dos estigmas é uma oportunidade para a família franciscana refletir sobre este legado artístico e espiritual e mobilizar-se para celebrar a profunda conexão de São Francisco com Cristo.

Pedras Vivas 29 de setembro de 2024 (A4)

Pedras Vivas 29 de setembro de 2024 (A3)