As Jornadas Nacionais de Comunicação Social, iniciadas na tarde desta quinta-feira, 26 de setembro, em Fátima, foram inauguradas com um discurso de D. Nuno Brás, Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.
O bispo do Funchal, iniciou a sua intervenção reconhecendo a relevância do tema da Inteligência Artificial (IA) nos debates atuais. No entanto, D. Nuno Brás, não hesitou em questionar a própria nomenclatura, afirmando: “Creio que podemos dizer que tem muito de artificial, mas pouco de inteligência”.
Na intervenção, o responsável reconheceu o potencial da IA, como os espantosos resultados e a ajuda significativa em diversas áreas. Alertando, porém, “não podemos deixar de a usar sabendo que ela é tudo menos neutra”.
O ponto central da reflexão de D. Nuno Brás focou-se na dimensão ética da IA. “O grande problema da inteligência artificial é uma questão ética. E é uma questão ética que nós não podemos deixar de abordar”, referiu o bispo, sublinhando a necessidade de reflexão sobre as implicações éticas no uso dessa tecnologia.
D. Nuno Brás também abordou a questão da liberdade de opinião no contexto atual: “com a IA, no estádio em que a temos, vários problemas de padronização do jornalismo se apresentam. Tenho dúvidas que tenhamos efetiva liberdade de opinião no mundo liberal de hoje”.
As palavras de D. Nuno Brás nas Jornadas intituladas, “Jornalismo e Inteligência Artificial”, ganharam especial relevância para os mais de 70 profissionais da comunicação presentes. A sua abordagem sugeriu a necessidade de uma reflexão profunda sobre como a IA pode ser integrada no jornalismo sem comprometer princípios éticos fundamentais.
As Jornadas Nacionais de Comunicação Social a decorrer entre os dias 26 e 27 de setembro, na Casa “Domus Carmeli”, em Fátima são promovidas pelo Secretariado Nacional das Comunicações Sociais.