Congresso internacional assinala os 100 anos das Irmãs da Apresentação de Maria na Madeira

Foto: P. Giselo Andrade

Foi apresentado na segunda-feira, 9 de setembro, no Externato da Apresentação de Maria no Funchal, o congresso internacional “Educação, Solidariedade e Evangelização. Da Europa para a Madeira, da Madeira para o Mundo. 100 anos da chegada das irmãs da Apresentação de Maria à Madeira” que decorrerá entre os dias 7 a 11 de julho de 2025 no Pestana Casino Park.

Participaram na sessão de lançamento, a Irmã Conceição Malho das Irmãs da Apresentação de Maria, que preside à comissão organizadora e José Eduardo Franco, responsável pela comissão científica internacional deste congresso.  

Para o historiador madeirense José Eduardo Franco (Universidade Aberta), este congresso pretende ser “um momento importante no plano cultural e científico para a Madeira”. 

“A partir daquilo que vai ser o conhecimento do estudo desta congregação na perspetiva dos seus três eixos de atuação: educação, solidariedade e evangelização, todos interligados, pensar aquilo que foram estes 100 anos da história educativa, cultural e política madeirense e portuguesa, na sua atuação e nas suas derivas internacionais”, disse.

Serão convidados grandes especialistas de âmbito nacional e internacional de várias áreas, como história, educação e teologia, “para que este congresso também se torne numa referência do pensar estas questões que depois também serão vertidas em atas e disponibilizadas à posteridade”. 

Segundo explicou o professor José Eduardo Franco, este será um congresso semi-aberto, com um programa constituído por especialistas convidados, mas também aberto a outros investigadores que queiram propor comunicações, a partir dos temas fundamentais. 

O congresso não será, portanto, limitado à Igreja e à congregação religiosa. “Queremos que seja um congresso aberto, para todos, para a sociedade. Um congresso inclusivo”.

O Congresso também será uma oportunidade para revisitar a história da Madeira e o seu “dinamismo de porto, construtor da globalização”. 

“É curioso que a Madeira sempre foi uma espécie de rampa de lançamento, isto é, foi um porto de chegada e de partidas de dinamismos globais, desde religiosos, educativos, até económicos, desde o início do seu povoamento. A Madeira foi uma espécie de laboratório da globalização, de alguma maneira, algumas ordens e congregações religiosas assentaram aqui casas e daqui também se projetaram para o mundo, enviando missionários, criando outras dinâmicas noutros continentes”, recordou o professor. 

Um exemplo disso é a Congregação da Apresentação de Maria, que a partir da Madeira, vinda da Suiça, projetou-se ao mundo através do envio de religiosas que fundaram comunidades noutros continentes.

“A Madeira, realmente, tornou-se ao longo dos séculos uma espécie também de viveiros de vocações, viveiros de missionários, viveiros de educadores que se projetaram pelo mundo, nomeadamente através da rede das ordens e congregações religiosas que aqui se fundaram”.

O congresso também terá uma perspetiva formativa para os agentes pastorais da diocese do Funchal, párocos, catequistas e outros.  Assim como para os professores e agentes educativos, pois o evento será acreditado como ação de formação com o devido certificado.

“Esperemos que possa ser um congresso que marque também a história da nossa região e seja um contributo também para a ciência, para a cultura e para a Igreja, de atualização, de conhecimento, como costumo dizer, o conhecimento é o novo nome do desenvolvimento no séc. XXI”, afirmou José Eduardo Franco.