No dia 11 de julho, a Igreja celebra a festa de S. Bento. Há 60 anos, com a carta apostólica “Pacis Nuntius”, o Papa Paulo VI proclamou-o padroeiro principal de toda a Europa (24.10.1964), reconhecendo a sua influência na construção da civilização e cultura europeias.
“Mensageiro da paz, realizador da união, mestre da civilização e sobretudo arauto da religião de Cristo e fundador da vida monástica no Ocidente: estes são os títulos justos da exaltação de São Bento Abade”, escreveu Paulo VI.
Na verdade, S. Bento e os seus mosteiros, não só foram importantes instrumentos de evangelização, como também promotores de cultura, educação e ciência.
Na sua obra mais importante, a “Regra de São Bento” escrita por volta do ano 530, emerge um conceito de homem profundamente diverso da época clássica. Para ele, o ser humano não é apenas um cidadão dotado de privilégios ou um servo destinado ao trabalho.
“São Bento não repara na condição social, nem na riqueza, nem no poder que se tem. Ele apela à natureza comum de cada ser humano, que, seja qual for a sua condição, manifesta anseio pela vida e deseja dias felizes. Para Bento, não existem papéis, mas pessoas: não há adjetivos, há substantivos. É precisamente este um dos valores fundamentais que o cristianismo trouxe: o sentido da pessoa, constituída à imagem de Deus. A partir deste princípio construir-se-ão os mosteiros, que se tornarão com o tempo berço do renascimento humano, cultural, religioso e também económico do continente”, afirmou o Papa Francisco (2017).
A principal máxima de São Bento resume-se na expressão “ora et labora” (reza e trabalha). Unindo a oração e o trabalho, os monges beneditinos transformaram as terras desertas à volta dos mosteiros em campos férteis.
Na porta de entrada dos mosteiros beneditinos encontra-se a inscrição “PAX” (Paz). Seria este o convite de São Bento para a nossa Europa, ferida atualmente pela guerra.