Um Jubileu para a esperança

D.R.

O Santo Padre determinou que o próximo Jubileu tenha o cunho da esperança. Creio que é um desafio querido pelo Papa.

Sabemos que as “virtudes teologais” são três: fé, esperança e caridade.  São virtudes, quer dizer: “hábitos bons”, ao contrário dos vícios, que são “hábitos maus”. Mas são virtudes que, por encontrarem a sua origem em Deus e não no ser humano, se chamam “teologais”.

Esta afirmação é importante. É claro que sem fé nenhum ser humano pode viver: acreditamos que nenhum carro nos vai atropelar, acreditamos que os amigos nos dizem a verdade… acreditamos e apenas isso nos impede de ficar paralisados. Mas acreditar em Deus; acreditar que Jesus é Deus feito Homem, que ressuscitou, e que nos deu o Seu Espírito, isso não é um acto de origem humana mas divina: é Deus que nos dá (e quer dar a todos) a graça de acreditar.

Do mesmo modo a caridade. Amamos muitas pessoas: os familiares, os amigos, os cônjuges. Mas amar a todos (mesmo aqueles que não conhecemos) com o amor de Deus, isso só pode ter origem no próprio Deus.

Também a esperança. Esperamos muita coisa: que faça sol ou que a equipa ganhe o campeonato… Mas esperar que, um dia, possamos partilhar perfeitamente e para sempre a vida de Deus, isso só pode ter origem em Deus! E essa esperança, que a redenção de Jesus nos oferece, orienta já as nossas escolhas, a nossa liberdade. Se virmos bem, faz com que o hoje seja vivido com o coração não apenas no amanhã mas na vida eterna com Deus.

O Papa pede que, ao longo do próximo ano, sejamos cristãos a “transbordar de esperança”: um convite que é, também, um desafio para toda a nossa Igreja diocesana.