Até ao fim do mundo

D.R.

Nestes últimos dias do Tempo Pascal, a liturgia recorda-nos como Jesus ressuscitado enviou os seus discípulos e garantiu que estava com eles “até ao fim do mundo”.

Claro que “até ao fim do mundo” quer dizer: até este mundo passar. Se o universo apareceu com o célebre “Big-Bang”, também há-de ter um fim. Não é eterno.

Mas “até ao fim do mundo” foi também, logo depois dos Apóstolos (ou ainda em sua vida, naqueles tempos do Império Romano), a cidade de Lisboa — quer dizer: o “fim do mundo” então conhecido. Depois, no tempo das descobertas, o “fim do mundo” foi a Madeira, a que se seguiram o Brasil, a Índia, a China. E o Japão, a Nova Zelândia e a Austrália. Enfim: a Terra como hoje a conhecemos. Em todo o lado existem cristãos.

Contudo, creio que devemos ir ainda mais longe: “fim do mundo” pode também significar o mais profundo do ser humano e do seu viver em sociedade. Sim: creio que cada uma e nós é enviado por Jesus a anunciar o Evangelho de forma a que este chegue e converta o mais profundo dos corações e as diferentes realidades sociais.

E, quanto a estas últimas, ainda há tanto a fazer, precisamente no nosso meio, na nossa sociedade madeirense. Há ainda tanto a mudar, e tantos corações e lugares onde o Evangelho de Jesus ainda não entrou!

“Até ao fim do mundo” é, portanto, uma tarefa missionária, também para cada um de nós, onde quer que estejamos!