Escola de Santo Condestável: Centenário começou a ser celebrado com Eucaristia

Foto: Duarte Gomes

A Escola de Santo Condestável, situada no Largo Conselheiro Aires de Ornelas, na Camacha completou esta terça-feira, dia 7 de maio, 100 anos de existência.

As comemorações desta data tiveram início com a celebração de uma Eucaristia na Igreja da Camacha, presidida pelo bispo do Funchal. Uma oportunidade para o prelado vincar que “não são todas as localidades, todas as freguesias, que se podem orgulhar de celebrar os 100 anos de uma escola”, sendo este facto “motivo para darmos graças a Deus”.

Numa homilia em que começou por refletir sobre as leituras deste dia, que nos diziam que “a palavra de Deus não pode estar prisioneira” e por considerar que nós, às vezes, queremos fazer isso “metendo-a na prisão que são os nossos pensamentos, na prisão que são os nossos juízos e na prisão que são as nossas tradições”. 

Mas a palavra “não se deixa aprisionar”. E mais “ela dá-nos o pensar de Deus e por isso nos liberta”. Assim aconteceu, explicou, com Paulo e com Silas que foram feitos prisioneiros para que não anunciassem a palavra de Deus e o próprio Deus se encarregou de rebentar com todas as amarras”.

O carcereiro, que viu a sua vida em perigo, quis tirar a vida, mas foi impedido de o fazer com Paulo a dizer-lhe para acreditar no Senhor Jesus, que tudo se resolveria. Ora acreditar no Senhor Jesus, ter fé, diz D. Nuno Brás que é “acreditar que Jesus está vivo hoje e que por isso orienta a minha vida”. 

Por outras palavras, “é deixar que Ele nos mostre o Caminho, que Ele nos diga para onde devemos seguir, deixar que Ele ilumine a nossa vida e nos mostre o que temos de melhorar”. E “se eu quero ir para o céu, para Jesus, a minha vida tem de ser diferente”. 

Referindo-se ao iniciar das comemorações do centenário da Escola de Santo Condestável, o prelado disse crer que “verdadeiramente um elemento para a nossa vida, para perceber quem somos e para onde e com quem vamos”. Algo marcante para a vida dos seus alunos e de toda a comunidade.

“Quem estuda, quem lê, quem sabe tem sempre mais possibilidades, vai sempre mais longe”. Por isso também temos de “dar graças a Deus por este movimento de cristãos que aconteceu aqui na Camacha, e um pouco por toda a ilha, que tornou as pessoas mais sábias, dando às pessoas outros horizontes e tornou as pessoas mais livres.”

Por isso “damos graças ao Senhor por esta escola, por todos os seus professores, por todos os seus alunos, por todos aqueles que ela ajudou a ter uma vida mais digna, a quem ajudou a abrir novos horizontes ao longo destes 100 anos” e pedimos também pelo seu fundador e por quem lhe seguiu os passos, para que o Senhor acolha no seu Reino e na sua glória aqueles que fizeram tão bem a esta população”.

Nesta celebração, em que marcaram presença entidades regionais e locais, nomeadamente o secretário da Educação, a presidente da Câmara de Santa Cruz e o presidente da Junta da Camacha, Irmã Ana de Freitas Marques da Silva, Superiora Provincial das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, falar da importância de todos juntos, “continuarmos a dar vida ao sonho” do fundador da escola e da capela.

O que diz a história

A Escola do Santo Condestável foi fundada em 1924, por iniciativa de Abel Ferreira de Nóbrega, jovem natural da Camacha. A Camacha de então registava 90% de analfabetismo. O jovem Abel concebe a ideia de fundar uma escola onde as crianças pudessem estudar e recebessem as bases sólidas de uma educação moral e cristã; além da construção de uma escola delineara também edificar uma capela construindo um único edifício. 

A Escola sob a égide do Beato Nuno Alvares Pereira seria o símbolo de Portugal, a capela sob a proteção de S. José seria o símbolo da Igreja. A Escola é inaugurada a 7 de maio, daquele ano, apenas com 2 salas de aulas, somente para rapazes. Esta obra é entregue, pelo Pároco da freguesia Pe. João Augusto de Faria, à responsabilidade da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, conhecida então pelas Irmãs Madeirenses, que passaram a dirigir a escola, até aos nossos dias. Mais tarde, em 1976/1977 a escola passa a ser mista. Em 1983 o edifício escolar sofre alterações sendo feita uma nova construção, mais ampla. As novas instalações passam a funcionar a partir de outubro de 1984, lecionando o 1º ciclo e o pré-escolar, em regime normal. 

Desde o ano letivo de 2004/2005 esta Escola funciona em regime de tempo inteiro, com um horário compreendido entre as 8:15 e às 18 horas.

A terminar de referir que se encontra patente na capela uma exposição que retrata um pouco das vivências dos grupos que têm frequentado a escola ao longo de todos estes anos.