Um défice de esperança

D.R.

Na mensagem para a Quaresma de 2024 — um texto que vale a pena meditar e retomar ao longo desta nossa preparação para a Páscoa — o Papa Francisco afirma que hoje existe “um défice de esperança”. Diz o Santo Padre: “O testemunho de muitos irmãos bispos e dum grande número de agentes de paz e justiça convence-me cada vez mais de que aquilo que é preciso denunciar é um défice de esperança. Trata-se de um impedimento a sonhar, um grito mudo que chega ao céu e comove o coração de Deus. Assemelha-se àquela nostalgia da escravidão que paralisa Israel no deserto, impedindo-o de avançar”.

A esperança é aquela virtude que nos faz perceber que, para além desta nossa realidade, tantas vezes marcada pelo sofrimento e pela dor, nós, seres humanos, somos convidados a colocar os olhos em Deus e a perceber que é nele que reside o nosso fim, a nossa meta, caminhando para Ele com passos decididos. É Deus que nos permite ter esperança.

Ao contrário, muitos dizem que nada pode ou deve mudar. Que a Terra Prometida, o Céu, não existe, ou que o melhor é mesmo voltar para trás, para o domínio do Faraó e para as cebolas do Egipto…

A Quaresma e a Páscoa dizem-nos que isso não é verdade. Que Deus caminha ao nosso lado, dando-nos força e coragem. E que Ele mesmo é o fim da nossa vida. Dizem-nos que vale a pena lutar. Que vale a pena mudar tantas coisas, em nós e neste mundo em que vivemos!