Bispo presidiu a Eucaristia que assinalou aniversário e fim da Semana da Cáritas

Foto: Duarte Gomes

O bispo do Funchal presidiu ao fim da tarde de domingo, 3 de março, a uma Eucaristia com a qual se assinalaram os 41 anos da Cáritas Diocesana do Funchal e o encerramento da Semana Nacional Cáritas.

Na homilia, o prelado refletiu sobre o que é que nos faz cristãos. Citou Bento XI quando este dizia que «na raiz do ser cristão não está uma grande ideia ou uma opção ética, mas o encontro com acontecimento que dá à nossa vida o verdadeiro sentido e nos abre horizontes infinitos». 

Para D. Nuno Brás, esta frase “quase poderia ser um comentário à 2ª leitura”. Nela dizia-se que os judeus procuravam “força, a realidade que se impõe, enquanto os Gregos procuram a sabedoria”. 

Já nós cristãos, diz São Paulo, “pregamos Cristo cruxificado, pregamos aquele acontecimento em que Jesus fez suas as nossas dores, os nossos sofrimentos, aquele acontecimento que é o centro da história, quando Deus não apenas experimentou em primeira pessoa o que é sofrer, o que é sentir-se abandonado por todos, mas assumiu nessa mesma realidade tudo aquilo que é morte, que é pecado, que é sofrimento do homem de todos os tempos antes e depois Dele”.

Se quisermos, “nós cristãos pregamos cristo cruxificado”, qualquer coisa que “não entra nos critérios da razão, na sabedoria humana, mas está muito para além daquilo que o ser humano alguma vez pudesse imaginar ou desejar acerca de Deus”. É uma surpresa. 

E “aquilo que verdadeiramente nos faz cristãos é deixarmo-nos surpreender por este amor de Deus por cada um de nós e por todos”. Um amor que, vincou o prelado, “é surpreendente, poderoso e sábio, porque ultrapassa a própria sabedoria humana”. 

É por isso, vincou, “trazemos connosco a cruz, sempre, diariamente”. Símbolo da caridade, do amor de Deus por nós, amor de Deus que transborda, que nos transforma, que nos convida a ser a sermos amor, caridade, Cáritas para todos aqueles que nos rodeiam”. 

Num momento de silêncio, D. Nuno Brás convidou a olhar para a cruz e a “agradecer este amor imenso, o único que transforma o mundo. Este amor que o Senhor tem por cada um de nós e por todos e peçamos a graça de sermos nós, todos nós, caridade espelho do seu amor para com todos”.

No final da celebração, em que voltaram a estar presentes representantes de várias entidades militares e civis, Duarte Pacheco, presidente da Cáritas, deu a conhecer aqueles que este ano iam ser homenageados pela instituição: uma pessoa que preferiu continuar no anonimato e o Pingo Doce, instituição que tem vindo a colaborar com a Cáritas quer aquando das recolhas de alimentos, quer noutras situações em que a mesma necessita de ajuda.

No final, o cónego Fiel fez os habituais agradecimentos a todas as entidades representadas nesta Eucaristia.