Igreja do Colégio: D. Nuno Brás orientou a primeira de três catequeses

Foto: Duarte Gomes

Teve lugar na quinta-feira, dia 29 de fevereiro, a primeira de três Catequeses Quaresmais na igreja Colégio. D. Nuno Brás foi o primeiro orientador deste tempo de ensinamento, tendo abordado o tema “Deus não se cansou de nós: querer ver a realidade”.

Tratou-se, conforme declarações do prelado ao Jornal da Madeira, de “desenvolver a mensagem do Papa para esta Quaresma, como ponto de referência para a nossa vida quaresmal sublinhando, de uma forma muito particular, a frase do Papa ‘Deus não se cansou de nós’”.

Uma reflexão, feita precisamente a partir da leitura de boa parte da mensagem – o resto ficará para as catequeses próximas ­– em que se procurou sublinhar “aquilo que é em nós, muitas vezes, saudade do pecado”, isto é, “quando o povo de Israel estava no deserto, chorava pelas cebolas do Egipto”. Tudo isto acontece “porque achamos que o pecado cria em nós a escravidão”.

Ora, explicou, “o Papa convida-nos nesta Quaresma a deixar que Deus nos liberte e que Deus nos salve”. Deus que “anda à nossa procura”, precisamente para nos “libertar da marca da escravidão e do pecado” e para nos “tornar livres”. E a nossa liberdade “é sermos aquilo para o qual Ele nos Criou, isto é, sermos de acordo com a vontade a partir de Deus”.

Drama dos cristãos madeirenses

E para balizar o caminho da liberdade, disse, existem os mandamentos, que mais não são do que “marcos que nos ajudam a ver o caminho”, que estabelecem fronteiras. Que nos ajudam a manter o rumo, apesar de sabermos que há muitos que o perderam assim como à esperança.

Este caminho, explicou ainda D. Nuno, é “um caminho concreto” e a fim de “ser concreta também a nossa Quaresma, o primeiro passo é querer ver a realidade”, que não podemos ignorar, nem deixar de nos (co)mover.

E ver a realidade, vincou o bispo diocesano, implica colocar a questão do onde estamos e que cristãos somos, mas também onde está o nosso irmão, porque “o caminho da santidade, nunca é um caminho solitário”.

Depois de referir que “continuamos sob o domínio do faraó, que nos deixa exaustos e insensíveis”, o prelado afirmou “ser este o drama dos nossos cristãos madeirenses.  Apesar das coisas boas, a verdade é que “sempre foi assim, sempre há de ser assim, é tradição ou, o que ainda é pior, a nossa identidade”. 

Precisamos, por isso, de ver e ouvir com os olhos e os ouvidos de Deus, e acolher a Quaresma como o tempo em que a palavra de Deus nos é de novo dirigida e em que percebemos que Deus nos quer como filhos e não como súbditos. Isto comporta, disse, “uma luta”, entre nós e o mal, que devemos levar com esperança e fé, evitando caminhos velhos e seguindo sempre as indicações que o Senhor nos vai dando.