A Eucaristia Exequial da Irmã Angélica do Menino Jesus teve lugar esta terça-feira, dia 24 de outubro, na capela do Mosteiro de Nossa Senhora da Piedade, na Caldeira.
A celebração foi presidida pelo cónego Fiel, que disse ser esta uma Eucaristia “sobretudo de agradecimento ao Senhor, por aquela que foi a vida da Irmã Angélica e é a vida das Irmãs da Caldeira”.
Uma vida contemplativa, inteiramente dedicada ao Senhor que enriqueceu a Diocese e Câmara de Lobos, onde está localizado o Convento da Caldeira que é, frisou, “um tesouro e uma preciosidade”.
Tanto mais, acrescentou, que“a vida contemplativa é muito difícil de ser apreciada, no mundo em que nós vivemos, e verdadeiramente compreendida”. Por isso é também difícil compreender e pôr em prática a sua profundidade, esta necessidade de “se esconder para que Deus apareça”.
A partir das leituras, o cónego Fiel falou em três aspetos importantes a começar pela possibilidade da vida contemplativa, que é uma “vida escondida”, “a vida que faz deixar tudo, como aconteceu com Job”, deixar “o efémero para viver o eterno” e finalmente “a preciosidade da vida em comunidade”.
“A irmã Angélica quis morrer em casa”, no seio “daquela comunidade que ela amou e em que viveu” e tudo foi feito para que assim acontecesse. Há que dar graças, frisou o vigário geral, pela ajuda das irmãs, das equipas médicas e de enfermagem que tornaram esse desejo realidade.
Amou cada sacerdote como seu filho
Para além do cónego Fiel, coube ao Pe. Alexandre Henriques Jorge, ler uma mensagem enviada por Frei Fernando Mota, provincial, em que este lamentava “a morte de mais uma irmã Clarissa que, na terra manifestou, o seu amor para com Jesus e todas as irmãs que conviveram com ela ao longo de muitos anos de vida consagrada”.Desejou ainda que “o Senhor a acolha no Seu Reino de paz e amor e na alegria de encontrar o pai São Francisco e a mãe Santa Clara”.
Já a Irmã Maria da Cruz enumerou os muitos dotes da Irmã Angélica, que foi abadessa do Mosteiro da Caldeira e que tudo fez para colmatar “as necessidades e temporais, com a luz da sabedoria de Deus” da comunidade que tinha a seu cargo.
“Na doença grave de que foi acometida, mostrou-se paciente, caridosa e cheia de gratidão, para com as pessoas que a tratavam, quer no hospital, quer no mosteiro com as suas irmãs”, disse ainda a irmã Maria da Cruz, para logo acrescentar que “aceitava e oferecia a Deus, em sacrifício de Louvor, os seus grandes sofrimentos por todas as necessidades da Igreja e do mundo, mas em especial pela nossa diocese e pelos sacerdotes.
Maria José Reis, madeirense, madre abadessa no Mosteiro das clarissas em Lisboa , foi outra das Imãs que quis deixar algumas palavras neste momento de dor para as irmãs e toda a comunidade. Lembrou, que a Irmã Angélica viveu como irmã pobre de Santa Clara, “amou a Vida Sacramental, louvando sem cessar o Senhor e o Criador de tudo o que vive e respira”.
Como consagrada, vincou, “amou e sustentou a Igreja dando por ela a sua vida” e “amando cada sacerdote como seu filho”. Foi “uma mulher forte, exemplo de santidade, exemplo de amor fidelidade, durante a vida e na morte”.
Terminada a celebração, que contou com a presença de muitos sacerdotes da Diocese do Funchal, autoridades locais, familiares e amigos, seguiu-se o funeral para o Cemitério Municipal de Câmara de Lobos.