Que Cristo fale hoje

D.R.

O magistério do Papa Francisco é rico em lemas fáceis de fixar. Um deles, já desde o início do seu ministério como sucessor de S. Pedro, é aquele: “somos discípulos missionários”.

Em primeiro lugar, o Papa convida-nos todos a assumir esta qualidade de “discípulo de Jesus”: todos somos “discípulos”. Quer dizer: todos nos devemos colocar na atitude de quem aprende de Jesus. Mesmo tendo recebido o baptismo há muito tempo; mesmo tendo andado na catequese por anos; mesmo tendo “feito todas as comunhões e o crisma”; mesmo fazendo parte de algum movimento de espiritualidade; mesmo desempenhando na nossa comunidade algum serviço… mesmo com tudo isso, temos que nos colocar na atitude de quem aprende, mais que na atitude de quem sabe.

Mas precisamos todos de ser também missionários. Não podemos esperar saber tudo; não podemos aguardar ser “um cristão perfeito” para, num segundo tempo, sermos então missionários. O Papa diz que o devemos ser já agora, na nossa terra, na nossa família, no nosso trabalho. Em cada momento, somos missionários.

O que significa isso? Há dias um amigo ajudou-me, também com uma frase simples: ser missionário no nosso tempo significa “deixar que Jesus fale aos homens e mulheres de hoje”. Ele tem-nos a nós, a cada um de nós, para o poder fazer. Só assim, através dos cristãos de hoje, Ele pode falar aos nossos amigos, aos inimigos ou aos desconhecidos. Através de nós: das nossas atitudes, das nossas palavras, do nosso modo de ser.

Não precisamos de fazer nada de extraordinário. Mas, em cada dia, precisamos de deixar que, por meio de nós, Jesus continue a falar. E a Quaresma é o tempo ideal para dar início ou para intensificar esta tarefa!