Tiveram início ao fim da tarde de terça-feira, dia 24 de janeiro, as Jornadas de Atualização dos Leigos e Consagrados. Os trabalhos, decorrem na igreja do Colégio, o Professor João Duque é o orador convidado e neste primeiro encontro falou sobre o “Espírito Santo como terceiro”.
Antes coube ao bispo do Funchal apresentar o Professor Catedrático da Universidade Católica Portuguesa, dando a conhecer um pouco do seu vastíssimo curriculum e também saudar e agradecer a presença de todos.
Em declarações ao Jornal da Madeira, antes do início da conferência propriamente dita, o Professor João Duque disse que iria falar sobre o “enquadramento do Espírito Santo na Trindade”. E foi isso que fez.
Depois falou do significado do Espírito que é, recordou, “antiquíssimo até na Igreja, com mais acentuação nuns sítios ou noutros e que tem as suas ressonâncias para além da igreja com uma certa procura pela espiritualidade, por diversas formas de espiritualidade”.
Na história da Igreja, vincou, “a noção de Espírito Santo sempre foi bastante ambígua”, no entanto, com estas “novas vagas de espiritualidade”, o interesse pelo Espírito aumentou. Não quer dizer, acrescentou, que “seja bem, bem o Espírito de Deus, nem propriamente o Espírito Santo, o que cria algumas ambiguidades”.
Por outras palavras, a ideia de Espírito presta-se a muitas coisas, por isso é preciso “traçar alguns limites” e explicar que, na prática, o Espírito no sentido Cristão é mais terra a terra, do quotidiano, mais diário”.
Foi de resto nesse sentido, que o Professor João Duque orientou a sua intervenção, apresentando depois “uma leitura possível do lugar do Espírito na Trindade, na relação de Pai e Filho, que nos faça ligar os pés à terra relativamente ao quotidiano da prática do que chamamos o amor ágape”.
O amor ágape, recorde-se, é aquele tipo de amor que não busca seus próprios interesses, é um amor desinteressado, puro e genuíno. O amor ágape não esmorece, mas é constante e permanece forte até às últimas consequências, é um tipo de amor invencível, capaz de amar o mais indigno dos homens.
Pela primeira vez na Madeira, lugar que “sempre quis visitar”, o Professor João Duque tem participado em muitas Jornadas de formação do Clero no Continente. Formações essas que foram interrompidas pela pandemia. Estas formações na Diocese do Funchal, marcam o retomar dessas rotinas.
E se o clero já tem conhecimentos de teologia, o que permite abordar os temas de outra forma, “em relação ao laicado acho estas formações são uma das nossas tarefas, isto é a formação do conjunto do povo de Deus, independentemente das pessoas terem ou não formação teológica”.
Esta é também uma oportunidade, explicou, de “aproximar o trabalho teológico, que não é um trabalho de redoma ou de bolha, ao quotidiano das pessoas”. Dito de outra forma, “mesmo estes temas assim mais arcanos, mais complexos convém perceber o que é que esses temas têm a dizer ao nosso quotidiano”.
O programa das Jornadas de Atualização prossegue esta tarde, a partir novamente das 19:30 horas, com o Professor João Duque a desenvolver o tema “O Espírito Santo e a Comunidade”.