Das festas, o que nos ficou?

D.R.

Acabaram as festas — as longas, alegres e entusiasmantes festividades do Natal.

Os anúncios de Natal deram o pontapé de saída: ainda todos viviam em modo de Verão, e já as televisões e as redes sociais apareciam com propostas de compras. Começou a espera: como seria celebrar de novo o Natal, sem um vírus a tolher os movimentos, os abraços, a festa? Fizeram-se planos, e aqui e ali começaram a surgir os presépios, os enfeites à porta das casas daqueles que não conseguiram aguardar pela data habitual…

Depois, foi a cidade — essa gigantesca árvore de Natal, cheia de luzes, dos sinais de que “a Festa” estava a chegar. As noites ficaram com mais animação; as listas de presentes foram escritas ou pensadas; as iniciativas natalícias começaram a ganhar forma nas instituições e no coração de cada um.

Finalmente, chegaram as Missas do Parto e tudo o que gira à sua volta. Alguns confessaram-se para celebrar o Natal. E chegou o dia 25, a oitava, o ano novo.

E agora, que ficou de todas as Festas? Porque as celebramos todos os anos? Será apenas para dar uma animação maior a esta época festiva?

Deus bem sabe como é duro o nosso coração humano. Como nos é difícil perceber e viver este facto simples: hoje Ele quer fazer-Se carne e habitar entre nós, fazer Natal. Porque tudo se reduz a essa realidade simples e magnífica do Deus connosco, a partilhar e a transformar a nossa vida.

É por isso que, terminadas as Festas, não podemos deixar de nos interrogar: que ficou de toda esta animação exterior e interior que é o Natal? Deus está mais próximo de ti, ou tantas luzes e cânticos foram apenas um modo de passar um mês de animação?