Devemos rezar pelos azedos

D.R.

Devemos rezar por todos. Devemos agradecer os santos e o sinal da presença de Deus que eles são para nós: o seu exemplo de vida cristã, a sua coragem, a sua intercessão. Devemos rezar por nós, pecadores que não desistem do caminho da conversão, que não querem parar no seu peregrinar para Deus, apesar das nossas fraquezas e quedas. E devemos rezar pelos pecadores que já desistiram de si (apesar de o próprio Deus nunca desistir deles e de ninguém): por uma razão ou por outra (talvez por culpa de alguma nossa atitude) escolhem permanecer fechados neste mundo, recusam conscientemente qualquer proposta que Deus lhes faça.

Mas devemos, também, rezar pelos azedos”. Quero dizer: por aqueles que vêem tudo mal, incapazes de perceber um pouco de bem, incapazes de se surpreender com a beleza, incapazes de qualquer visão positiva da vida, incapazes de perceber que o mundo é mais, muito mais, que as suas opiniões, os seus juízos, os seus raciocínios a que ninguém liga.

Nem sei ao certo como eles conseguem viver. Para eles, tudo é escuridão e derrota. Tudo está perdido porque nada nem ninguém os segue e repara nas suas iluminadas sentenças.

Sim, devemos rezar pelos azedos. Deve ser triste viver assim, azedo. O próprio Natal, a Boa Nova do Evangelho, a alegria da Virgem e da ressurreição — quase diria: o cristianismo passa-lhes ao lado. Como dizia S. Francisco de Sales:um cristão triste é um triste cristão”. E há tanta amargura por aí! Sim, devemos rezar pelos azedos!