O bispo do Funchal presidiu no domingo, dia 11 de setembro, à Eucaristia da Festa de Nossa Senhora da Penha de França.
Na homilia o prelado recordou que, nos tempos em que ensinava teologia “havia sempre alguém que perguntava e se Nossa Senhora tivesse dito que não”. De facto, tudo poderia ser de outra forma, mas “foi deste modo que Deus nos quis salvar e é deste modo que nós havemos de admirar, contemplar, porque não somos estranhos a este modo com que Deus nos quis salvar”.
As leituras chamam-nos precisamente para “este desígnio de salvação que Deus tem para a humanidade e, portanto, também para nós”. Um “desígnio de nos dar a partilhar, a participar da sua vida divina”.
Por outras palavras, “Deus não guarda para si a sua vida, mas quer partilhar connosco a sua vida, quer partilhar connosco, seres humanos, a salvação”. E fá-lo “histórica e concretamente, ao longo de séculos, preparando o nascimento de Jesus Cristo”.
E a Virgem Maria, lembrou, é “aquela que dá carne a este projeto de Deus” e aí, olhando para a Virgem Maria “percebemos esta possibilidade de união com Deus, vemos o plano de Deus a realizar-se e depois perfeitamente realizado”. E isto acontece por “Ela ser também aquele ser humano que corresponde perfeitamente a este plano de Deus”.
Quanto a nós, é preciso percebermos que lugar temos neste plano de Deus. Para já somos todos diferentes e isso implica sermos “amados por Deus de uma forma única” é como se “só cada um de nós existisse em toda a terra”.
“Deus não nos quer salvar sem nós, Deus não nos quer salvar sem a nossa liberdade ou sem que também nós, como a Virgem Maria, possamos dizer: sim, faça-se em mim segundo a tua palavra”, frisou D. Nuno para logo acrescentar “que magnífico que é este constante diálogo entre Deus e cada um de nós, esta constante vontade de Deus em nos salvar, este constante respeito de Deus pela nossa liberdade”.
É por isso, que “em cada dia, em cada momento nós não podemos deixar de corresponder a este plano de Deus para cada um de nós, sabendo que cada um de nós é indispensável, que cada um de nós dá a realização deste plano de Deus qualquer coisa de único, porque cada um de nós é único”.
D. Nuno Brás terminou a sua reflexão apelando à assembleia para que, neste dia em que celebramos a sua Virgem Sua Mãe, “Peçamos ao Senhor que nos ajude verdadeiramente a dizer ‘sim’ ao plano, que Ele tem para cada um de nós e que Ele nos transforme interiormente de forma a que o nosso coração, o nosso viver em cada momento seja esta correspondência seja cada vez maior à sua vontade”.
Antes da bênção final e atendendo a que esta foi uma das últimas vezes que o Pe. Vitor Sousa ali celebrou como capelão, já que vai ser substituído pelo Pe. Carlos Almada, o bispo do Funchal agradeceu o trabalho desenvolvido pelo sacerdote nesta comunidade nestes quase cinco anos.
Agradeceu também aquilo que tem sido a vida desta comunidade ao longo de todos estes anos, comunidade esta que tem os olhos sempre colocados na Senhora da Penha de França.
Já o Pe. Vitor agradeceu ao bispo pela sua presença e a todos os que fazem parte da comunidade e que ajudaram na concretização desta festa, incluindo às Guias de Portugal que levaram o andor na procissão que se seguiu à celebração litúrgica.