“A comunidade é o ventre materno da fé”

O padre Amaro Gonçalo orientou o retiro do clero

Terminou no dia 8 de julho, com a habitual Eucaristia e a presença do bispo diocesano, o segundo turno do retiro anual dos sacerdotes. Desta vez, o orientador foi o Pe. Amaro Gonçalo, da Diocese do Porto e nele participaram 11 sacerdotes.

Em declarações ao Jornal da Madeira, o Pe. Gonçalo diz que ficou surpreendido com o convite para ser orientador deste retiro, já que foi a primeira vez que o fez, mas que isso também constituiu um desafio para si próprio o que é sempre bom. Como tema de reflexão propôs as Sete Cartas que aparecem no Livro do Apocalipse, nos capítulos segundo e terceiro, que contêm um princípio desta sinodalidade que nos foi proposta pelo Papa. 

Para o Pe. Gonçalo estas cartas são um apelo à conversão, “é redescobrir a centralidade de Cristo, deixar que Cristo seja o centro da Igreja e portanto o nosso percurso aqui foi, fazer sete meditações, uma espécie de Lectio Divina de cada uma das cartas e depois cada um fazer o trabalho pessoal de se examinar a essa luz, examinar-se a si e à comunidade ou comunidades pelas quais é responsável”

Este sacerdote da diocese do Porto considera que este período de pós-pandemia desafia a Igreja a refazer as comunidades,   “é preciso, por isso, redescobrir a importância da comunidade, porque a comunidade é o ventre materno da fé onde ela se gera e regenera. Fora disso, reduz-se a uma piedade individual, a uma religião a la carte”.

A reconstrução da comunidade exige que os sacerdotes sejam pastores e não apenas funcionários do sagrado. “O trabalho do pastor é precisamente o de congregar, o de unir e de perceber que é nesta comunhão que verdadeiramente nós podemos crescer na fé. Fora dela é uma ilusão”.

Pedras Vivas 17 de julho de 2022 (A4)

Pedras Vivas 17 de junho de 2022 (A3)