Dando continuidade às deslocações que tem feito a várias comunidades com o propósito de confirmar na fé jovens e adultos, o bispo do Funchal visitou as Comunidades de São Martinho, no sábado, do Faial e de São Roque do Faial, no domingo.
Em são Martinho, coube ao cónego Manuel Martins, dar as boas vindas ao prelado e apresentar o grupo, constituído na sua totalidade por 37 jovens e adultos.
Na sua homilia, o prelado chamou a atenção dos jovens em especial para a IIª Leitura, para lhes lembrar que São Paulo, homem estudioso, cedo percebeu que a fonte de toda a graça é a Cruz de Jesus Cristo e que era só disso que se podia gabar.
Desta forma, frisou, “São Paulo faz-nos pensar o que é que é importante, o que é que tem afinal valor para nós”. Se uma carreira brilhante, se ser famoso, se ter uma conta bancária com muitos zeros à direita.
Para São Paulo, lembrou o prelado, “o mais importante era Jesus Cristo”. Também nós, prosseguiu D. Nuno, temos de “encontrar o centro da nossa vida”. A partir daí, frisou, “tudo o resto se subordina a esse centro”.
Por outras palavras, como São Paulo temos de gloriar-nos na Cruz de Nosso Senhor. Havemos de olhar para ela com gratidão, meditar nas lições que nos dá. Temos de metê-la em nossa vida como S. Paulo.
Havemos de perder o medo “de fazer parte da nova criatura, deste novo modo de ser que começou com Jesus Cristo”. É, explicou, “a diferença entre admirador e discípulo”.
“Creio que vale a pena tomar a sério este convite que Deus faz a cada um de nós, porque encontrando Jesus Cristo verdadeiramente cada realidade, por mais pequena que seja, encontra também o seu justo valor”, frisou, para logo acrescentar que “só com Jesus Cristo elas deixam de ser estas coisas pequeninas, para passar a estar no seu devido lugar”.
Aos crismados disse que é precisamente este o convite que Deus lhes faz: encontrar o centro da sua vida, uns com a ajuda dos outros e com “esta presença e esta proximidade do reino de Deus”.
Uma realidade que temos também, como nos dizia o Evangelho, “obrigação de anunciar, mostrar o reino de Deus que está aqui bem ao teu lado”.
Terminou a sua reflexão apelando para que “peçamos ao senhor que Ele nos ajude a fazer esta distinção entre aquilo que é verdadeiramente essencial e aquilo que é secundário; que Ele nos ajude a perceber qual é o centro da nossa vida e como tudo o resto deve estar subordinado a este centro da vida que é Deus; nos ajude a ser sua presença para todos aqueles que nós encontramos que diz e mostra como o reino de Deus está próximo”.
Antes da bênção Final, o prelado desejou ainda que “quem me dera que quando nos perguntassem: qual é que é a tua melhor qualidade, nós respondêssemos com verdade dizendo que a minha qualidade maior é Jesus Cristo”. Esta é a tarefa dos crismados, mas também é “tarefa de todos nós cristãos”.
Disponíveis para ser presença
No domingo, na paróquia do Faial, que como a de São Roque estão a cargo do Pe. Abraão Marcos, o prelado crismou 37 jovens e outros 15 respetivamente, os quais foram apresentados pelo pároco.
Na homilia da celebração no Faial, onde o Jornal da Madeira marcou presença, o prelado começou por dizer aos crismandos que há uma questão essencial, cuja resposta “é para ser vivida em cada dia da nossa vida”. E essa pergunta tinha a ver o que é ser cristão.
Ora ser cristão, explicou o prelado, é “fazer sempre a vontade do Pai”. É “interrogar-me sobre aquilo que Ele quer que eu faça em cada momento da vida e fazer o que Ele me pede.
Mas na IIª Leitura, explicou, São Paulo ia bem mais longe do que isso e falava-nos dos “estigmas de Jesus, isto é, as marcas da crucificação”. Ou seja, para São Paulo “ser cristão é uma identificação de tal forma completa, que ele próprio trazia consigo as marcas de Jesus, quer dizer, Jesus vivia nele, estava presente na vida de Paulo, a vida de Paulo era a vida de Jesus”.
E é isso, constatou D. Nuno, é que é ser cristão. Dito de outra forma, “não nos basta pensarmos, precisamos de viver com Jesus”, uma vida adequada aos nossos tempos, mas com “o pensamento e o coração”, centrados em Cristo.
E podemos pensar que tal é difícil, mas Deus que nos ama providenciou a solução e “envia-nos o Espírito Santo, que não é mais do que o respirar de Jesus”.
“Deus dá-nos o Espírito Santo para que nós consigamos respirar com Jesus, para que possamos ser a sua presença hoje”, apesar de cada um ser como é, com defeitos e virtudes. Esta é uma dádiva pela qual devemos estar sempre gratos, porque “Deus escolhe-nos a nós para sermos sua presença” e é disso e apenas disso que nós, como São Paulo nos devemos gabar.
Num minuto de silêncio, o prelado pediu aos crismandos e à restante assembleia para “agradecer ao Senhor por este dom que Ele nos dá e pedir-Lhe que o nosso coração esteja sempre disponível para Ele, para ser a sua presença, que Ele transforme a nossa maneira de ser, a nossa maneira de viver, de pensar e de agir, de modo a que todos possam perceber que somos a sua presença”.
Nesta celebração, além de apresentar o grupo, o Pe. Abraão também fez questão de agradecer a presença do prelado, lembrando que “na última década, aquela era a 4ª vez que se celebrava o sacramento da a confirmação naquela paróquia”, sendo a primeira vez que D. Nuno presidia a tal ato.
Agradeceu ainda“a todos aqueles que colaboraram com serviço e ofertas, pela sua generosidade” que, disse, certamente será recompensada por Deus”.