Desde o já distante 1978 que a bandeira da nossa Região Autónoma ostenta a Cruz de Cristo.
É, antes de mais, o sinal da história: da história das descobertas que se iniciaram com a chegada dos portugueses a estas paragens atlânticas, sob a insígnia da Ordem de Cristo; da história da organização pública inicial destas novas Ilhas, confiada àquela Ordem Militar; mas, sobretudo, da história do nosso povo, que sempre encontrou na fé cristã a força e a esperança para viver no meio de trabalhos e sofrimentos.
A Madeira foi cristã desde o início. Mas será que ainda o é?
A tradição é, sem dúvida importante na nossa identidade. E basta conhecer um pouco da nossa realidade para perceber como evidência que o Natal, a Páscoa e as festas dos padroeiros continuam, ainda hoje, a marcar vida da nossa terra. Os valores por que orientamos a nossa existência quotidiana são, na sua essência, cristãos.
Mas devemos reconhecer que não nos pode bastar termos a Cruz de Cristo na bandeira, ou olhar para trás, para um passado distante. Nem nos é suficiente, numa bonita declaração de intenções, encontrarmo-nos de acordo em alguns valores que encontram a sua raíz no Evangelho.
Importa, sobretudo, que a Cruz de Cristo continue, ainda hoje, a dar sentido, a alargar o horizonte do nosso viver de cada dia. Mas isso depende de nós — depende do espaço que Cristo encontra, de facto, no coração de cada um e no coração de todos.
Neste sentido, a bandeira da nossa Região é sempre um convite diário a deixar que Jesus Cristo esteja presente no nosso quotidiano!