“Há um desejo comum de encontrar caminhos de evangelização”

Cónego Ramos fala da consulta sinodal na Diocese do Funchal

O cónego Manuel Ramos, coordenador da comissão diocesana de acompanhamento dos trabalhos do Sínodo, partilhou com o Jornal da Madeira o processo de consulta realizado na diocese do Funchal. 

A comissão realizou oito encontros, reunindo pessoas de cada arciprestado. Nestes encontros, sentiu-se “uma certa fome de escuta, das pessoas partilharem as suas ideias, as suas opiniões”, disse o cón. Ramos. “80% das pessoas que participaram nestes encontros tinham mais de 50 anos. Mas foi interessante ver que não estavam resignados. Havia vontade de procurar respostas para a atualidade da igreja”.

Foi enviado o instrumento de trabalho aos movimentos, secretariados, congregações religiosas e às igrejas não cristãs presentes na diocese, para além da elaboração de um formulário no “google forms” onde várias pessoas e grupos participaram. Ao todo, a comissão recebeu a participação de 50 grupos. Quanto às paróquias, “foi fraca”, só 1% das paróquias responderam.  

Um dos aspetos positivos desta experiência de consulta foi “verificar que há gosto e vontade das pessoas se ouvirem na igreja”. Muitas vezes, os encontros que existem são para preparar eventos e não para partilhar opiniões e ideias. 

“Há uma grande necessidade na nossa igreja diocesana de haver momentos de escuta na comunidade”, referiu este responsável.  Esta foi uma das seis principais conclusões da consulta realizada. 

Outras propostas foram: o envolvimento das famílias na formação cristã e pastoral juvenil e vocacional; a evangelização da religiosidade popular; a formação e comunhão no clero; melhorar a comunicação “ad intra” e “ad extra” na igreja, e cuidar das celebrações litúrgicas. 

Na consulta, surgiu a necessidade de caminhar na “fidelidade a Jesus Cristo” e na “abertura ao mundo”. Os participantes sublinharam que a igreja do Funchal está centrada na estrutura clerical e na celebração dos sacramentos. Foi referido também o envelhecimento dos que praticam a fé. 

No entanto, “há um desejo comum de encontrar caminhos de evangelização que respondam à situação atual”.

Pedras Vivas 19 de junho de 2022 (A4)

Pedras Vivas 19 de junho de 2022 (A3)