Na Missa da Ceia do Senhor, na Quinta-feira Santa, o bispo do Funchal recordou que “nenhum cristão pode abandonar a Eucaristia: seria abandonar o Corpo de Cristo, seria abandonar a novidade da salvação”.
“A ‘sinodalidade’ a que o Papa Francisco nos chama de modo particular neste ano, e para a qual quis despertar os cristãos do mundo inteiro, se é certo que tem a sua raiz no baptismo (o sacramento que nos faz membros do Corpo de Cristo), tem na realidade eucarística o seu alimento indispensável”, disse D. Nuno Brás. “Para ser ela própria, a Igreja necessita de se alimentar constantemente da Eucaristia”.
Para o bispo do Funchal, “a nova comunidade, a Igreja, não surge da partilha de interesses religiosos por parte dos seus membros; não surge a partir da possibilidade de entre-ajuda, da partilha de sentimentos religiosos; ou da partilha de um ideal para o mundo: tudo isso existe na Igreja, mas não constitui a fonte da sua vida, a sua razão de ser”.
“A Igreja surge porque Jesus a quis – afirmou D. Nuno – porque o Senhor lhe deu origem; porque a amou como se fosse a sua esposa; porque nos deu, pelo baptismo, a possibilidade de partilharmos a sua vida”
Esquecer esta identidade profunda é transformar a Igreja numa ONG, como gosta de recordar o Papa Francisco. “Mas o novo povo de Deus, que é a Igreja, nasce constantemente — a cada momento — da Páscoa de Jesus, celebrada e vivida em cada Eucaristia”.
Depois da homilia, D. Nuno realizou o gesto do lava-pés a seis utentes da Casa de Saúde de São João de Deus e a seis Irmãos da Confraria do Santíssimo da Sé.