“Agradeço imenso a confiança que tiveram em mim. Para mim é uma honra e um grande prazer poder contribuir para que a Madre não fique no esquecimento”, disse a escultora Maria José Nunes de Brito, em entrevista ao Jornal da Madeira.
A escultora esteve presente na cerimónia de bênção da estátua da Madre Virgínia Brites da Paixão, no passado dia 17 de janeiro, no momento em que os madeirenses prestaram homenagem “a uma das suas filhas mais ilustres”, como referiu D. Nuno Brás.
Este projeto começou com o contato telefónico da Associação da Madre Virgínia no dia 2 de janeiro de 2021. Nesse momento, a escultora começou logo a definir as dimensões e a preparar o orçamento. Em fevereiro pôs mãos à obra, dando início à estrutura metálica do esqueleto, depois foi a parte dos arames e das cruzetas para suportar o barro. Seis meses depois, em agosto, a obra de 2,30 metros estava pronta para passar para o gesso e, depois, para o bronze.
Foram meses de grande trabalho, “Para mim o covid deu-me uma grande oportunidade. Eu ia para lá todos os dias, depois de almoço, almoçava cedo e ficava lá até às dez, onze da noite, tudo de seguida. Ficava completamente sozinha o dia inteiro”.
Maria José Brito não conhecia a história da Madre, “foi para mim uma revelação à medida que ia lendo”. Como as informações na internet eram escassas, falou com o reitor do seminário de Almada, o sacerdote madeirense Pe. Rui Gouveia, que lhe emprestou um livro sobre a vida da Madre Virgínia, “fiquei muito sensibilizada e muito encantada com aquela figura”, referiu. Uma preciosa ajuda foi também a comunidade das irmãs clarissas do mosteiro da Estrela, em Lisboa.
Durante os trabalhos, ao nível espiritual, a escultora partilhou também a sua proximidade à Madre Virgínia através da fotografia que tinha ampliado e colocado na parede, “está tão expressiva que quase que dialogava com ela”.