Porto Santo: D. Nuno Brás lembra que cada cristão tem uma função e deve desempenhá-la para bem da Igreja

Na celebração a que presidiu no domingo foi formalmente admitido às Ordens Sacras Aldónio Melim com vista ao Diaconado Permanente.

Photography Manuel Araújo

Tal como o Jornal da Madeira havia noticiado, o bispo do Funchal presidiu no domingo, 23 de janeiro, a uma Eucaristia na Igreja de Nossa Senhora da Piedade, no Porto Santo, no decorrer da qual foi formalmente admitido às Ordens Sacras Aldónio Melim, com vista ao Diaconado Permanente.

Na homilia desta celebração, neste 3º Domingo do Tempo Comum que o Papa Francisco instituiu como Domingo da Palavra, o prelado aproveitou a presença das crianças para uma catequese sobre a importância que cada membro tem para a Igreja, aqui entendida como corpo de Cristo.

“É importante percebermos que, neste corpo de Cristo que somos nós, nem todos temos a mesma função”, que cada membro “contribui para o bem de todos” e que “precisamos colaborar uns com os outros”, frisou.

De resto, continuou, é isso que tem de acontecer a partir de agora e ainda com mais intensidade nesta comunidade do Porto Santo, porque “neste caminho de preparação para uma função muito especial no meio deste povo, o Aldónio”, acrescentou, “vai precisar da nossa oração, e da nossa ajuda na medida em que nós pudermos ajudar”.

D. Nuno explicou depois quais serão as funções do futuro diácono quando, pela imposição das mãos, ele receber o sacramento do diaconado, nomeadamente batizar, presidir aos casamentos e a funerais, ler o Evangelho e fomentar e organizar a caridade. 

Quanto à palavra de Deus, a cuja escuta este domingo apelava em particular, D. Nuno Brás disse que escutar até a escutamos, mas disse também que nos “falta ter o coração aberto para que essa palavra de Deus se cumpra na nossa vida”. E foi a essa abertura à palavra e ao seu cumprimento na vida de cada um que o prelado exortou a comunidade a, num momento de silêncio, pedir ao Senhor no-la conceda.

À homilia seguiu-se o rito de admissão propriamente dito de Aldónio Melim, que em momento próprio mostrou a sua disponibilidade e prontidão para que a vontade do Senhor prevaleça na sua vida, vida que entregou nas mãos de Deus.

Oferta especial

No início e no final da celebração coube ao Pe. Hugo Gomes, pároco do Porto Santo usar da palavra. Fê-lo para agradecer e frisar “o entusiasmo e a alegria” com que a comunidade acolhe o seu pastor e agradecer a atenção especial com que acompanhou “a nossa situação de pandemia e consequentes isolamentos”. 

Depois de sublinhar que “também hoje a comunidade e a ilha está a viver e contribuir para a história do Povo de Deus”, lembrou os desafios que o prelado lhe fez quando, há dois anos, o escolheu para paroquiar aquela comunidade.

Um desses desafios, disse, iniciava-se precisamente neste dia, em que um cristão da comunidade deu o passo de admissão às Ordens Sacras, dispondo-se “à vontade de Deus para o que for preciso no serviço da Igreja”.

Mas o desafio é novo para todos e o discernimento também, por isso, “confiamos plenamente na providência de Deus para o que Ele achar o melhor para a Sua Igreja”, disse o sacerdote, para logo lembrar que hoje o Porto Santo tem “alguém em estudos, em oração para depois vermos se realmente Deus, na sua infinita misericórdia acolhe este seu filho na missão e no ministério da diaconia para o bem e caridade das almas”.

Nesse sentido, a comunidade ofereceu a Aldónio Melim os volumes da Liturgia das Horas para que “a base do seu crescimento espiritual seja a oração com Deus neste diálogo tão belo”.

O Pe. Hugo terminou voltando a dirigir-se ao bispo diocesano que, disse, “quer verdadeiramente que as pessoas aprofundem os seus conhecimentos” e tenham “uma fé esclarecida” que as faça assumir compromissos e “mostra que talvez é mesmo das periferias que vêm os sinais de Deus”.