Foi já no passado domingo, dia 31 de Outubro, que o Pe. Alexandre Henriques Jorge, franciscano, assinalou os 50 anos da sua ordenação sacerdotal. Porém, só no passado domingo, dia 7, D. Nuno Brás, bispo do Funchal, conseguiu juntar-se a este momento importante da vida daquele que é o actual pároco da Encarnação.
No início da celebração, o bispo do Funchal fez questão de frisar o quão importante é “agradecer este dom do sacerdócio”, questionando “o que seria de nós sem a missa, sem o perdão dos pecados, sem o sacerdote que nos anuncia a palavra de Deus”.
Por tudo isto, e em Dia dos Seminários, D. Nuno Brás lembrou que “temos de pedir ao Senhor que nos envie mais vocações para a sua Igreja, temos de rezar pelos nossos seminários”. Além disso, “nesta Eucaristia damos ainda graças pelos 50 anos de sacerdócio do senhor Pe. Alexandre, é uma vida entregue ao serviço do Senhor, ao serviço da Igreja, em Moçambique, no continente, aqui na Madeira”.
Na homilia, o prelado refletiu sobre a palavra de Deus que, disse, “hoje nos interroga sobre o que é que tem valor para cada um de nós” porque, explicou, “consoante o valor que as coisas têm para nós, assim nós trabalhamos, assim nós vivemos para elas”.
Aquela viúva, de que nos falava do Evangelho, deu tudo o que tinha. Duas pequenas moedas, o equivalente hoje aos nossos cêntimos e no entanto Jesus disse que ela havia dado mais do que todos os outros, porque deu tudo o que tinha, o que lhe fazia falta. Deu-se a si própria.
E esta é a grande questão. “O que é que tem mais valor: aquilo que nós temos ou aquilo que nós somos”, questionou-se D. Nuno, para logo explicar que “conhecemos exemplos de pessoas muito ricas que de facto são uma pobreza, uma pobreza de vida, de valores, na relação com os outros, vivem constantemente em guerra para ter mais um carro, mais um barco, mais um zero na conta, pobres”.
Em contrapartida, “vemos tanta gente pobre, sem dinheiro, mas que tem uma riqueza de vida, porque se dão a si próprias, quer dizer, porque na sua vida estão ali todos, naquilo que fazem, que dão, que vivem estão ali todos e isso é a maior riqueza que nós temos: a nossa vida”.
Foi essa a maior riqueza que Deus nos deu, “é Deus em nós”. Uma riqueza que pode ainda ser maior se formos capazes de nos darmos “a Deus e aos irmãos”. Felizmente, acrescentou, “há tanta gente que se esquece de si próprios para se entregar aos outros; tanta gente que coloca os outros em primeiro lugar, que antes de resolverem os seus problemas procuram resolver os problemas dos outros”.
Creio, disse D. Nuno Brás, “que este é o segredo dos franciscanos, esta pobreza, quer dizer, este esquecer-se de si, este não ter nada para se poder dar a si próprio; esta é a grande riqueza de São Francisco e que ele nos ensina”.
“É por isso que, hoje, fica muito bem continuarmos a celebrar estes 50 anos de sacerdócio do senhor Pe. Alexandre, porque no fundo um sacerdote é isto, a vocação sacerdotal é isto: alguém que se esquece de si próprio, por causa de Deus e dos outros, alguém que é capaz de se entregar a si próprio a Deus e aos irmãos, alguém que responde a este chamamento de Deus e que, ao fazer isso, depois ajuda todos os outros”.
Dirigindo-se ao Pe. Alexandre, o bispo do Funchal disse que “nós estamos muito gratos a Deus por o ter colocado no nosso caminho” e “estamos muito gratos ao homem que podia ter uma outra vida, que podia ter uma família, mas que escutou este apelo de Deus, escutou esta necessidade de Deus e esta necessidade da Igreja e se entregou completamente ao serviço de Deus e do próximo”.
O prelado terminou apelando à assembleia que, num momento de silêncio “o Senhor nos ajude a perceber o que é que facto tem valor na nossa vida, para onde é que nós devemos caminhar, o que é que faz a diferença, o que é que vale”.
E depois “pedir o Senhor que nos ajude a viver assim e ainda dar graças a Deus pelo Sacerdote que é o senhor Pe. Alexandre, que ao longo de 50 anos serviu a Igreja e que possamos tê-lo por cá muito mais tempo no serviço concreto desta paróquia, na ajuda que dá aos movimentos, na ajuda que dá a tantas pessoas que o procuram”.
No final da celebração o sacerdote aniversariante fez vários agradecimentos, a começar pelo Bispo do Funchal e “pela disponibilidade e amabilidade do Bispo de estar aqui presente”, agradeceu também ao coro, aos acólitos, aos movimentos e aos representantes dos Renovamento Carismático e “a todas e a todos aqueles que constituem esta comunidade”, cuja presença agradece, bem como a todas as famílias que determinam o que os filhos serão no futuro, o conhecimento e o amor que terão pelo Senhor.