Bispo crismou jovens em São Pedro a quem pediu para olharem para o outro com dignidade e não como objetos

Foto: Duarte Gomes

O bispo do Funchal deu, este fim de semana, continuidade às visitas que tem vindo a efetuar a várias comunidades paroquiais com o propósito de crismar jovens e também alguns adultos.

Foi o que aconteceu, por exemplo, no domingo dia 3 de outubro, na Paróquia de São Pedro, no Funchal, onde D. Nuno Brás crismou um grupo de 31 jovens e adultos.

Na homilia o prelado começou por explicar aos crismandos que “as palavras têm o valor de quem as diz e, por isso, as palavras da Santa Escritura têm um valor radicalmente diferente, porque são palavras de Deus”, palavras através das quais “Ele nos interpela e à nossa vida”. 

No caso das leituras deste domingo, a primeira alertava para o facto de não ser bom que o homem viva só. Porém, disse o prelado, a verdade é que “somos uma sociedade de egoístas”, quando o que Deus espera de nós é que “olhemos para o outro e sejamos capazes de perceber que o outro é alguém diferente, mas alguém com a mesma dignidade”.

Era isso também que nos dizia o Evangelho. Nenhum ser humano, seja homem ou mulher pode tratar o outro como se fosse um objeto. No caso do matrimónio, «já não são dois, mas uma só carne», como afirma Cristo, e dessa fidelidade de vida, de projetos nasce a família, célula fundamental de toda a sociedade.

Já a segunda leitura dizia-nos que somos também “irmãos do Senhor e Ele não se envergonha de nós e olha para ti como, verdadeiramente teu irmão e pode não ser como tu queres ou sonhas, mas está sempre pronto a te lançar a mão”. 

A terminar a sua reflexão, o prelado exortou à assembleia e em particular aos crismandos que “peçam ao Senhor que nos ajude a abrir o coração, que desfaça a sua dureza” e nos “ajude a agradecer pelos amigos, pela nossa família e até por aqueles de que a gente não gosta tanto, agradeçamos esta realidade tão boa de vivermos uns com os outros, de juntos construirmos este mundo”.

Para isso contamos com a força do Espírito Santo que nos ajuda “a viver uns com os outros, olhando para o outro não como um objeto, mas como ele é: rosto, presença de Deus, que nos interpela e nos convida e através de quem Deus o próprio Deus nos fala, nos dá a mão”.

Coube ao cónego João Francisco Dias, pároco de São Pedro, apresentar o grupo ao bispo diocesano e mais tarde agradecer a presença do bispo diocesano entre a comunidade, desejando que os jovens crismados “sejam realmente a esperança e o futuro da nossa diocese” e “discípulos verdadeiros de Jesus Cristo”, que pegam na sua cruz e seguem, capazes de ser testemunhas de Jesus Cristo e de uma Igreja viva.

Antes da bênção final, D. Nuno Brás falou das Jornadas Mundiais da Juventude, cujas datas certas iam ser conhecidas neste dia, e disse contar com a presença de jovens de São Pedro neste evento.

Finalmente, lembrou aos jovens que ainda tinham a cruz a brilhar na testa. Uma marca que vai desaparecer, mas cujo brilho o prelado espera continue no coração de cada um e que esse brilho os encaminhe sempre para casa, isto é para a Igreja, esta de São Pedro ou outra qualquer pelo mundo fora.

A terminar de referir que no domingo D. Nuno Brás começou o dia na Paróquia de São Tiago Menor, Jardim da Serra e que no sábado esteve na paróquia da Encarnação a crismar outros tantos jovens.