Neste dia 24 de maio, dia da solenidade da Ascensão do Senhor, o Bispo do Funchal presidiu também à Eucaristia da festa de Santa Rita.
Noutros tempos a igreja estaria a ‘rebentar’ pelas costuras, mas atendendo às normas em vigor, este domingo, os fiéis no interior do templo foram os que as novas regras determinam, ainda que com poucos lugares vagos.
A propósito desta nova realidade, D. Nuno Brás lembrou precisamente que “somos muito poucos, mas somos os possíveis e representamos todos os outros”. Para o ano, prosseguiu, “havemos de ser, se Deus quiser, a multidão habitual que aqui vem para agradecer e pedir também a intercessão de Santa Rita”.
Na homilia o prelado repetiu algumas das ideias que já tinha deixado de manhã, na Eucaristia a que presidiu na Boa Nova, nomeadamente a de que a Ascensão do Senhor ao céu não significa que Ele nos abandona. Antes pelo contrário. Agora passamos a tê-Lo presente no Pão e no Vinho consagrados.
Depois de contar um episódio envolvendo um jornalista que um dia lhe disse, em Roma, que de João Paulo II “saia uma presença, que era presença de Deus”. D. Nuno Brás explicou que tal era importante, na medida em que mostrava que “não é necessário que as pessoas sejam beatificadas ou canonizadas”, para serem presenças de Deus. Na verdade, prosseguiu, “todos nós já experimentamos, na nossa vida, como vivendo, estando naquele momento com aquela pessoa, quase tocamos Deus”.
É a sermos esta presença que este dia da Ascensão do Senhor nos convida. É verdade que o Senhor subiu ao céu, mas Ele não nos abandonou. Antes, como disse o Papa Leão Magno, “aquilo que era visível no Senhor, passou para os sacramentos”, ou seja, “qualquer coisa visível, palpável”.
É a fé, disse, que nos ajuda a descobrir esta presença de Deus. Embora, conforme explicou, nem sempre seja fácil para os cristãos descobrirem essa presença. Ainda assim, frisou, somos nós “com todas as nossas falhas, com todas as nossas dificuldades que somos convidados a sermos presença de Deus”.
“Aquele meu amigo jornalista hoje percebe que João Paulo II era, de facto, uma presença de Deus muito especial. E nós percebemos também que Santa Rita foi uma presença de Deus muito especial, de tal forma que Ela intercede por nós. Até é a Santa das coisas impossíveis”.
E ser essa presença explicou, não é só para o papa ou para os santos. Na verdade, “somos todos convidados à santidade, a sermos presença de Deus e a irmos transformando este nosso mundo”.
Por isso, “ao celebrarmos Santa Rita, ao celebrarmos a Ascensão do Senhor deixemos, verdadeiramente, que o Senhor nos ajude a sermos cada vez mais a sua presença. E que aqueles que nos encontrarem sejam capazes de dizer, e de reconhecer em nós, batizados, a presença de Deus”.
No final da celebração coube ao cónego Manuel Ramos, pároco de Santa Rita agradecer ao bispo do Funchal a disponibilidade para presidir a esta Eucaristia, bem como a presença de Miguel Gouveia, presidente da Câmara do Funchal, do deputado Paulo Cafôfo, de elementos da equipa executiva da Junta de freguesia de São Martinho e a todos os membros da comunidade paroquial e devotos de Santa Rita.
Não sendo a celebração desejada esta foi, lembrou o pároco, a celebração possível num tempo que, disse, nos “desafia pensar noutros modos de vida e de estar”, ainda que “confiantes daquilo que, no serviço e na missão, cada um de nós pode expressar e celebrar”. Ainda assim, reconheceu, “é uma graça estarmos a celebrar esta festa de Santa Rita”.
A terminar recorde-se que a imagem de Santa Rita foi levada pelas ruas da paróquia no sábado, dia 23 de maio. Uma forma de levar a Senhora até junto da população que este ano ficou privada da procissão que habitualmente se segue à Missa da Festa e ainda da habitual benção das rosas.