Paróquia dos Prazeres: ‘Missão Aqui’ deve continuar na vida dos que a viveram como “presença de Deus”

Foto: Duarte Gomes

Terminou este sábado, dia 8 de fevereiro, a ‘Missão Aqui’ levada a cabo por um grupo de 33 jovens universitários da Região, na Paróquia dos Prazeres.

Na Eucaristia de encerramento deste que foi o primeiro de três anos de missão naquela paróquia, D. Nuno Brás confessou que estes jovens concretizaram um dos sonhos que acalentou desde o primeiro momento em que soube que seria bispo do Funchal. É por isso que lhes deixou alguns pedidos. O primeiro foi que não cedam à tentação de “pensar que foi uma semana muito boa”, mas que acabou. E o segundo que não “escondam esta descoberta de Deus”, isto é, que não calem o que viram e ouviram e que não tentem esconder a cidade sobre a montanha, mas continuem a ‘ser o sal da terra e a luz do mundo’.

Mas na homilia, o prelado começou por falar da necessidade que temos de escolher entre “um Deus que existe, mas está fora da nossa vida e um Deus que existe e que se mete na nossa vida, que vive a nossa vida. Isto é, se é um Deus presente ou um Deus ausente”. E se é um Deus presente, temos de perceber como é que essa presença se manifesta. 

Aludindo à segunda leitura e ao que dizia o apóstolo S. Paulo aos Coríntios, D. Nuno questionou os jovens sobre se também eles não se apresentaram nesta experiência cheios de “fraqueza e de temor e a tremer deveras.” E continuou citando: “A minha palavra e a minha pregação não se basearam na linguagem convincente da sabedoria humana, mas na poderosa manifestação do Espírito Santo, para que a vossa fé não se fundasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus”.

Tudo isto para dizer que a comunidade paroquial, mas muito particularmente aquele grupo de jovens ligados à sabedoria humana, o que “experimentaram ao longo desta semana foi a presença de Deus nas vossas vidas”.  É por isso que “estamos tão contentes e que esta semana marcou e vai marcar necessariamente as vossas vidas”.

“Isto é a Igreja. Tudo o resto é consequência disto”, frisou D. Nuno para logo acrescentar que ser Igreja é “sermos uns para os outros, esta presença de Deus”.

Terminou desafiando a comunidade paroquial, junto da qual celebrou pela primeira vez, para que peça ao Senhor “que Ele nos ajude a ser esta presença, aquela presença em que todos podem tocar e perceber que Deus nunca nos abandona, mas vai ali ao nosso lado, mostrando que nos ama”.

Semente está lançada

Antes da chegada de D. Nuno, o Jornal da Madeira teve oportunidade de falar com os chefes gerais da “Missão Aqui”, um projeto do Departamento do Ensino Superior e da Pastoral Universitária, que tem como assistente o Pe. Carlos Almada e como Diretora a Irmã Teresa Pinho.

Este ano a missão envolveu apenas jovens da UMa e uma da Escola Superior de Enfermagem de São José de Cluny, mas em 2021 certamente irá abranger não só mais alunos, como também alunos do ISAL. Pelo menos é isso que esperam a Joana Freitas e o João Pinto, que consideraram esta experiência “muito enriquecedora tanto do ponto de vista espiritual como pessoal”. Joana diz mesmo que foi “um saltar do sofá, um sair da zona de conforto” e um dar-se a uma comunidade que os acolheu de braços abertos e que não escondeu a sua tristeza ao ver aproximar-se o fim desta atividade, que se iniciou no dia 4. 

A propósito João Pinto diz-se “bastante satisfeito com o resultado final”. A experiência, explica, “permitiu-nos tocar realidades diferentes das nossas porque a Paróquia dos Prazeres, quer queiramos quer não, está situada fora daquele que é o nosso ambiente comum”. 

Neste contexto, refere João Pinto, estes cinco dias de missão ensinaram estes jovens a “valorizar as pequenas coisas que temos e que damos por garantidas”, quando não é assim com toda a gente, e a “valorizar este tempo de missão, que não deve ser só aqui no âmbito desta atividade”, mas que deve estar “no coração e na vida de cada um”.

Esta ‘Missão Aqui’, como diz o lema deste ano, foi um arriscar de facto, tendo servido também para mostrar que “os jovens têm muito para dar”, sem esperar nada em troca. 

A semente está lançada, tem “patente da Região”, embora se baseie muito na ‘Missão País’ que reúne um considerável número de universitários no continente.

A título de curiosidade estes dias de missão nos Prazeres começavam com a oração e com visitas matinais à escola, ou serviço exterior, e à tarde prosseguiam com visita aos idosos e doentes. Ao fim do dia os jovens animavam ainda a Eucaristia das 18:30 horas.

Este sábado tanto os jovens como o bispo do Funchal agradeceram ao Pe. Rui Sousa, pároco dos Prazeres, por ter aceite o desafio de receber a primeira ‘Missão Aqui”.