136 anos das Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias assinalados com Eucaristia presidida por D. Nuno Brás

Foto: Duarte Gomes

Assinalou-se este sábado, dia 18 de janeiro, com uma Eucaristia presidida pelo bispo do Funchal, os 136 anos da Fundação da Congregação das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias. 

Na homilia, D. Nuno Brás lembrou que a Irmã Wilson poderia ter fundado uma “associação de fazer o bem”. Porém, em vez disso, “fundou uma congregação religiosa relacionada com o seu percurso de vida”, um percurso de “quem toma a sério Deus”, de quem “se vai convertendo ao Senhor”. De resto, lembrou, “toda a sua vida é um percurso de conversão” e de “insatisfação”, no sentido de que nunca estava satisfeita “com o que já tinha conseguido deixar que Deus tudo vencesse nela”. 

No seguimento da Irmã Wilson, frisou o prelado, “nós não podemos deixar nunca a preocupação de fazer verdadeiramente um caminho de fé pessoal e um caminho de fé também como congregação, porque também aí é preciso que Ele vença”. Para isso, acrescentou, é essencial “procurar a vontade de Deus” e isso implica “escutar o Senhor, significa disponibilidade para acolher a Sua vontade, significa disponibilidade para viver a Sua vontade”.

A Irmã Wilson, disse D. Nuno Brás, teve ainda outra virtude que foi a capacidade de “deixar-se interpelar por aquilo que via, por aquilo que eram as carências da altura” de quem aqui vivia. Fez aquilo que fez a Virgem Maria, no casamento de que falava o Evangelho: preocupou-se com o que faltava. E o que faltava naquele tempo era instrução e conhecimento da doutrina.

Hoje como naquela altura, considerou, “temos de nos interrogar sobre qual é o ‘vinho’ que falta na nossa vida, o que é que falta para fazermos este caminho de fé”. As pessoas, tal como na altura da Irmã Wilson “continuam a ser boas”, mas continuamos a ter “a necessidade de darmos Deus às pessoas”. Este continua a ser, por isso, um desafio que se coloca a esta e a outras congregações, aqui e em tantos outros locais onde as mesmas estão representadas: fazer com que a presença de Deus seja uma constante na vida de todos os dias de cada um daqueles que “temos de servir”, porque “é disso que se trata”.

A terminar D. Nuno disse que, tal como a Irmã Wilson, temos de ser capazes, hoje, de “perceber esta realidade que está à nossa volta e que nos interpela para que sejamos esta presença de Deus” na vida das pessoas. Uma presença que “convida sempre, constantemente, a ir mais longe”. Estas seriam porventura, acrescentou, “as interrogações que a Irmã Wilson nos deixaria a todos. Como é que podemos deixar que Deus vença em nós e que ‘vinho novo’ é que aqueles a quem servimos, necessitam hoje”. Concluiu pedindo ao Senhor “coragem para nos deixarmos transformar por ele, para que os seus apelos nos conduzam a um renovado entusiasmo, a esta renovada juventude, que é sempre o entusiasmo e a juventude da fé”.

A esta Eucaristia seguiu-se um encontro que, de acordo com a Irmã Ana de Freitas Marques da Silva, Superiora Provincial, se destinava a “refletir, aprofundar e a preparar o próximo Capítulo Geral”.