Perseguições

D.R.

No passado mês de Novembro, a Fundação AIS divulgou um relatório segundo o qual, durante o ano de 2018, tinham ocorrido, na Europa, cerca de 3 mil ataques contra igrejas, escolas e símbolos cristãos. Esses ataques foram particularmente significativos na França e na Alemanha, mas ocorreram também na Bélgica, Grã-Bertanha, Dinamarca, Irlanda, Itália e Espanha. 

Foram incêndios criminosos, profanação de igrejas, pilhagem, vandalismo. 2018 foi mesmo considerado “um ano record” para a hostilidade anti-cristã no nosso continente: uma média de 5 ataques por dia.

Que os cristãos sejam perseguidos pelo facto de serem cristãos não é nenhuma novidade. Sempre escutámos narrações de como os discípulos de Jesus foram perseguidos logo no início pelas autoridades judaicas e, depois, nos séculos seguintes pelas autoridades do Império romano. 

E as perseguições continuaram também no tempo das descobertas, quando os missionários chegavam a países estranhos e eram martirizados. Ou, já no século XX, nos países totalitários como na Alemanha nazi, na Itália fascista, nos países comunistas da cortina de ferro ou na Espanha da Guerra Civil. São muitos os mártires desses tempos que o Papa Francisco tem canonizado nos últimos anos. Mas tudo parecia ser já de um tempo passado… 

E, no entanto, sabemos que não é assim. Sabemos (até talvez por experiência própria) que um cristão que se decida a tomar a sério a sua fé cria não raras vezes inimigos; é com frequência ridicularizado pelos amigos; e perseguido até por aqueles que se dizem cristãos mas que, ao mesmo tempo, gostam de viver como o mundo.

A perseguição é uma das consequências da vida cristã. Como não desistimos da nossa transformação, da nossa conversão, nem da transformação do mundo que se encontra à nossa volta, procurando dar-lhe a marca de Jesus, essa atitude traz-nos sempre dificuldades.

O próprio Senhor o diz no Evangelho (Lc 21,12-18): vão deitar-vos as mãos e perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e metendo-vos nas prisões; hão-de conduzir-vos perante reis e governadores, por causa do meu nome. Assim, tereis ocasião de dar testemunho”.