Missa pelos bispos falecidos: D. Nuno diz que“não somos apenas membros de Cristo, mas somos membros uns dos outros.”

Foto: Duarte Gomes

D. Nuno Brás presidiu esta terça-feira, na Sé do Funchal a uma Eucaristia em “sufrágio das almas de todos aqueles que foram bispos da Diocese do Funchal e que o Senhor já chamou a si, e pedir ao Senhor que os acolha na sua glória e lhes dê a recompensa pela vida de bons pastores que eles se esforçaram por ser.”

Na homilia, centrada no capítulo 12 da Carta de São Paulo aos Romanos, em que este “desenhava aquilo que é a vida normal, habitual, de uma comunidade eclesial, da Igreja, e portanto também a vida de uma diocese, de uma diocese como a nossa”, D. Nuno recorreu à imagem frequentemente usada por São Paulo para falar da Igreja: “nós, que somos muitos, formamos um só corpo; nós que vivemos em Cristo formamos o seu corpo.”

Neste contexto, o prelado lembrou que “esse corpo tem muitos membros e cada membro realiza a sua função”. E fá-lo, frisou, “não conforme nos apetece, mas conforme a graça que nos foi dada”. Não é apenas “um jeito que cada um tem”, “mas verdadeiramente de uma vocação, de uma missão que Deus nos confiou”. Assim sendo, “nós não podemos descansar enquanto não encontrarmos esta nossa missão, para o bem de todos e não apenas para o nosso”. 

Além disso, e tal como diz São Paulo, “somos membros uns dos outros”. Quer dizer que “não somos apenas membros de Cristo, mas somos membros uns dos outros.” É por isso, prosseguiu, “que eu não posso dizer que a vida daquele irmão, batizado como eu, não me interessa, que não tenho preocupações com ele, que não sou responsável por ele.” 

É esta ideia de amor fraterno que nos deve impedir de rivalizar uns com os outros a não ser precisamente, como dizia o apóstolo, nesse amor que devemos ter uns pelos outros. “Aí sim, devemos procurar ser melhores que os outros”, disse D. Nuno que concluiu pedindo à assembleia para que, num momento de silêncio, pedissem ao Senhor para que “nos ajude a viver como corpo de Cristo, a colocarmos ao serviço de Deus e do próximo os dons que Ele nos deu e a missão que Ele nos confia e a vivermos neste amor recíproco e a rivalizar uns com os outros na estima”, mostrando que o Senhor está presente no meio de nós, e nos chama a “sermos membros do Seu corpo”.

A terminar de referir que esta Eucaristia em sufrágio dos bispos falecidos, foi concelebrada por D. António Carrilho e D. Teodoro de Faria, ambos bispos eméritos do Funchal, e por outros membros do clero diocesano.