Corpo de Deus: Bispo diz que «Jesus não desiste de procurar,  encontrar e amar» os que não O conhecem 

Foto: Duarte Gomes

O bispo do Funchal afirmou esta quinta-feira, na Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, celebrada no Largo do Colégio, que Jesus “não desiste” que “o seu anúncio e as suas ações” cheguem a quem ainda não O conhece. 

Na verdade, disse D. Nuno Brás, perante os milhares de fiéis que o escutavam, Jesus “pede-nos, hoje, que o seu anúncio e as suas ações possam estar próximos, e interpelar, convidar — hoje como na Galileia de há 2000 anos — a todos aqueles que ainda não se encontraram com Ele, mas a quem Ele não desiste de procurar, de encontrar, de amar”.

Na homilia, D. Nuno Brás explicou ainda que “todas as vezes” que os fiéis comungam anunciam “a morte do Senhor até que Ele venha de novo na plenitude dos tempos”, isto é, anunciam o “amor até ao fim”, anunciam “o amor na sua medida mais alta e excelente; o amor que vence efectivamente o ódio, a guerra, o egoísmo; o amor que transforma o mundo (o único a poder transformar o mundo!).” 

O bispo diocesano destacou ainda que “grande é a graça” de “poder olhar com os nossos olhos o Pão Eucarístico, e de contemplar o Deus morto e ressuscitado a dar-nos a vida”. 

De resto, a morte de Jesus, “longe de ser apenas uma morte injusta e sem sentido, mostrou e mostra a todo o que se deixar confrontar por ela, o quanto cada ser humano vale para Deus”.

O  prelado disse mesmo que a Cruz de Jesus Cristo “é o lugar do amor” e que “neste Jesus que assim morre na cruz, conhecemos o que é o amor, sem fronteiras, sem limites — o amor que tudo pode porque não é fruto de uma fantasia ou de um sentimento vago, mas antes daquele querer divino, único a poder vencer a morte no seu próprio terreno.”

“Quando celebramos a Eucaristia, celebramos este Amor, único e total de Deus por cada um de nós e por todos. Quando comungamos, recebemos em nós o Amor. Quando nos ajoelhamos diante do Santíssimo Sacramento, ajoelhamos diante do Amor. Quando abrimos o nosso coração num momento de oração silenciosa perante o Sacrário, abrimos o nosso coração ao Amor. E quando O mostramos à cidade, numa procissão jubilosa, mostramos a todos o Amor: aquele Amor de que todos os homens necessitam para ser, para viver, para resolver os seus problemas, para chegar à verdadeira e autêntica felicidade. Mostramos o Amor, que é fonte de verdadeira comunhão”.

Esta foi, refira-se, a primeira vez que D. Nuno Brás presidiu à solenidade do Corpo de Deus no Funchal, Eucaristia concelebrada pelos bispos eméritos D. Teodoro de Faria e D. António Carrilho, e por vários outros sacerdotes, que o acompanharam depois na procissão que percorreu várias ruas do centro do Funchal, ornamentadas com os tradicionais tapetes de flores, realizados por diversas paróquias e que terminou na  Sé, onde foi dada a bênção. 

Tanto a Eucaristia como o momento de adoração no adro da Sé, contaram com a animação liturgica do coro diocesano, composto por elementos de vários outros coros, e orientado pelo Pe. Ignácio Rodrigues.