Foi celebrada esta quarta feira, dia 23 de janeiro, uma Eucaristia pela paz social e prosperidade na Venezuela que coincidiu com a autoproclamação de a Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
A Eucaristia teve lugar na igreja do Colégio, na sequência de uma manifestação contra Maduro, convocada para a Praça do Município, onde se concentraram centenas de emigrantes, lusodescendentes e venezuelanos e foi presidida pelo Pe. Amaro Gonçalo Lopes, da Diocese do Porto.
Na sua página de facebook o sacerdote refere-se a este convite, que lhe foi endereçado pelo Cónego Fiel, como uma “graça”. Acrescenta ainda que “por felicíssima providência, os textos do dia facilitaram-me a pregação. A figura misteriosa de Melquisedec, Rei de Salém, que pode significar “Rei de Justiça” ou “Rei de Paz” dava-me o mote, quer para a semana da unidade sob o lema “procurarás a justiça e nada mais que a justiça” e aquela oração pela paz social e pela prosperidade na Venezuela. Assim, me lembrei da paz, como obra da justiça (Is 32,7), tema tão caro, desde Pio XII e na doutrina social da Igreja.”
Depois, “o Evangelho do dia apresentava o coração endurecido dos fariseus e herodianos e o desafio de Jesus ao homem com a mão atrofiada: “estende a tua mão”. Que maravilhosa associação para o tema da justiça e da paz: combater a dureza de coração e estender a mão. Daí a insistência que fiz, na linha do Papa Francisco, de que a paz é uma construção artesanal, forjada quase de mãos nuas, com mãos aquecidas pela ternura de Deus. Uma paz artesanal que se constroi em cada dia e requer serenidade, sensibilidade, destreza, paixão, paciência, experiência e tenacidade. Não é uma paz de consenso de escritório ou feita de declarações diplomáticas, uma paz de fachada, que esconde por trás conflitos e divisões e injustiças (cf. Gaudete et exsultate, n.º 89).”.
O sacerdote diz ainda que exortou os fiéis “a desarmarem o coração, através da oração, que pode aparentemente não mudar nada, mas que nos muda a nós e, mudando-nos a nós, transforma o mundo. Pedi que procurássemos tudo o que leva à paz (Rm 14,19), sem esquecer que a unidade prevalece sobre o conflito.”
“No final, a assembleia irrompeu numa salva de palmas, que me emocionou. Este foi um momento altíssismo, da minha passagem pelo Funchal, onde tenho estado a orientar parte da formação do clero (de manhã) e dos leigos e consagrados (ao fim de tarde)”, acrescenta ainda o sacerdote.
[atualizado às 14:48]