Caminhar juntos: com os Magos e os jovens construindo a paz

Irmão Alois, Prior da Comunidade de Taizé no Encontro Europeu de Jovens em Madrid, 29.12.2018 | D.R.

Epifania manifestação de Deus

1.Epifania: Revelar Deus pelo testemunho

Celebramos neste domingo a festa da Epifania. É uma palavra grega ‘epifaneia’ que significa ‘manifestação’, ‘aparição’ e é o complemento do Natal. O Natal celebra Deus que se esconde, se humilha, que assume a nossa natureza humana. A Epifania celebra a manifestação do Senhor como Deus e Rei Universal, e contempla a glória divina brilhando no rosto da Igreja..

Segundo o Evangelho, os Reis Magos vindos do Oriente guiados por uma estrela, vão a Jerusalém e contactam Herodes, que fica sobressaltado. Sacerdotes e escribas encontraram e leram a profecia: “Tu, Belém, não és de modo nenhum a menor entre as principais cidades de Judá, pois de ti sairá um chefe, que será o Pastor de Israel, meu povo”. Herodes perturbado, irritado, pretendeu enganar os Magos dizendo-lhes: “Ide, informai-vos sobre o Menino e quando O encontrardes, avisai-me para que também eu vá adorá-lO”. A estrela reapareceu e levou-os aonde estava Jesus. Encontraram-nO com Maria, sua Mãe e, prostrando-se diante d’Ele adoraram-nO”. Ofereceram seus presentes e, avisados em sonhos para não se encontrarem com Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho”.

A Epifania revela: o aspeto divino do mistério natalício que se revelará plenamente na manifestação final do Senhor, termo e meta da História humana; o carácter universal da mensagem evangélica – todos, do povo de Deus e não judeus, são chamados à Salvação; a Igreja é enviada a anunciar a Boa Nova com fidelidade a ‘todas as gentes’. 

Todos discípulos missionários: “a missão da Igreja é anunciar e testemunhar a mensagem de Jesus. Aquele que não sente esta paixão não compreendeu o que é “ser cristão. “Ai de mim se não evangelizar”, dizia S. Paulo.

Não esqueçamos a hospitalidade

2. Madrid: Encontro Europeu de Jovens 

De 28 de dezembro a 1 de janeiro de 2018, a cidade de Madrid acolheu o 41º Encontro Europeu de jovens animado pela comunidade de Taizé. Tema do Encontro: «Não esqueçamos a hospitalidade»

Cerca de 15 mil jovens de vários países fizeram a ‘passagem de ano’ em Madrid, num encontro que faz parte da “peregrinação de confiança através da terra”, promovida pela Comunidade de  Taizé, há 40 anos, com momentos de oração e reflexão sobre temas como o diálogo entre povos, a paz, a fé e o compromisso social.

O Irmão Alois acentuou que é necessário rezar “pela paz e pela justiça”, e trabalhar para “diminuir o abismo entre ricos e pobres” e manifestou preocupação com a degradação do meio ambiente e a exploração dos recursos naturais, “pelas diferentes formas de poluição e pela perda de biodiversidade”.

D. Manuel Linda, bispo do Porto, disse à Agência ECCLESIA em Madrid que esta iniciativa permite “congregar pessoas”, num tempo em que se sente “indiferença” e mesmo “hostilidade” em relação às convicções religiosas. “Os jovens – entre eles 600 portugueses – ao verem jovens de outros países, também se sentem entusiasmados”, observou, após ter participado num momento de oração com eles. E a ajuda voluntária de centenas de famílias e paróquias, permitem uma vivência concreta da “hospitalidade”. Os jovens “vivem com naturalidade  o ecumenismo”.

O padre Filipe Diniz, do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil (DNPJ), realçou o “sentido do encontro” que permite “o diálogo, a partilha”, e valorizou a “dimensão orante” presente nestas iniciativas e a “particularidade bonita” de se poder partilhar a fé em Jesus Cristo com membros de outras Igrejas cristãs.

O padre José Joaquim, com 11 jovens da diocese do Porto, considera este evento um marco distintivo “numa sociedade que fala tanto na liberdade mas depois não aceita temas como”, como o do “acolhimento” ou o da “solidariedade”. 

O próximo Encontro Europeu de Jovens vai realizar-se na cidade de Wroclaw, Polónia,  no final de 2019.

A boa política ao serviço da paz

3.Funchal: «Ninguém fica dispensado de construir a Paz» 

D. António Carrilho, bispo do Funchal, disse na primeira Missa de 2019 que a construção da paz é uma responsabilidade de todos. “Ninguém fica dispensado de construir a Paz. Esta responsabilidade não é apenas dos políticos, ou de algumas instituições, ou das comunidades internacionais. A Paz não é um mero equilíbrio de forças”, assinalou D. António Carrilho, na celebração a que presidiu na Sé do Funchal, por ocasião da solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus (1 de janeiro).

No 52.º Dia Mundial da Paz, o responsável pela diocese madeirense evocou a mensagem do Papa Francisco intitulada ‘A boa política está ao serviço da paz’. D. António Carrilho sublinhou que a atividade política “está destinada ao bem da comunidade e o crescimento e desenvolvimento dos povos, em ordem à construção da paz”.

“Face à quase generalizada desconfiança na política, devido ao abuso do poder em muitas partes da terra, o Santo Padre afirma que a política pode tornar-se verdadeiramente uma forma eminente de caridade”, assinalou, numa intervenção citada pelo ‘Jornal da Madeira’.