Bispo do Funchal presidiu à Eucaristia da Solenidade de Nossa Senhora das Vitórias

Foto: Duarte Gomes

D. António Carrilho presidiu este sábado, dia 27 de outubro, à Eucaristia que assinalou a Solenidade de Nossa Senhora das Vitórias, na Capela da Quinta das Rosas e que foi concelebrada pelo Pe. Carlos Almada, seu capelão.

Na homilia o prelado começou por “trazer ao altar” um pequeno texto que, conforme referiu, explica o “início de tudo isto”, ou seja o momento da conversão da Irmã Wilson e “da força que constituiu para ela aquele agarrar-se à pequenina imagem de Nossa Senhora das Vitórias, e aquilo que conduziu esse encontro através dela, através da Mãe, com o seu filho Jesus e que ditou todo o caminho da sua vida”.

A passagem lida serviu, sublinhou, para se perceber que “quem nos congrega aqui é este acontecimento”. Não é só a “imagem” [de Nossa Senhora das Vitórias], mas “aquilo que ela significou” para a vida da Irmã Wilson e para o seu projeto de vida que “se reorientou precisamente na linha da união com Cristo e do serviço”.  De resto, frisou, a dada altura, “a seriedade e o empenho que a Irmã Wilson manifestou na busca da fé tem “qualquer coisa de extraordinário”.

O prelado refletiu em seguida sobre aquilo que “significa e implica” esta celebração, que tem lugar anualmente e sobre o impacto que a mesma tem “a nível pessoal e na nossa missão, do serviço que somos chamados a prestar”. A propósito disse ser aquele “um belo dia para renovar a alegria da consagração, para refrescar esta nossa consagração, este nosso Sim”. Mas também um dia para “animados pela novidade do Espírito Santo, sentirmos as interpelações desta hora, cada um nos lugares onde vive e trabalha, segundo as suas próprias capacidades e as suas forças, mas com um coração que vai para além de tudo isso, que pode ter um sentido de generosidade e de entrega, que temos de generalizar”.

O encontro da Irmã Wilson com Nossa Senhora, disse ainda D. António, “é uma marca que fica”, uma marca que ela deixou para a congregação que fundou e que passou, inclusivamente a constar do título da mesma: Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias. 

Depois de recordar alguns factos históricos, políticos e religiosos, relacionados com a devoção a Nossa Senhora das Vitórias, D. António disse que eles servem para nos lembrar “a nossa responsabilidade” dar continuidade àquela que foi a proposta deixada pela Irmã Wilson, que “aponta para a vitória de Cristo, vitória do projeto salvador de Deus, vitória sobre o mal e o pecado, de capacidade de superação das dificuldades”.

Fazendo uma reflexão sobre as leituras da Eucaristia, o prelado salientou “uma afirmação chave, da segunda leitura [Primeira Carta de S. João], que dá este sentido que ela deu e que eu estou a dar: Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé”. 

Fez ainda referência à figura de Judite, jovem viúva, símbolo da fragilidade, mas que é ao mesmo tempo “símbolo da força da fé e do serviço, que vai levar à libertação daquele povo sofredor, desanimado e quase destruído”; “era a mais pequenina, mas Deus estava com ela e isso dáva-lhe força para enfrentar a situação”. E ao encontro entre Nossa Senhora e a sua prima Isabel, sublinhando o facto de Maria ter ido “apressadamente” ajudar a sua prima. 

Assim o fez também a Irmã Wilson, que nos deixou um testemunho marcante. Ela que “com os seus fracos recursos e uma caridade imensa, valeu a muitas pessoas vulneráveis, levando-lhes consolação e conforto. Paz e alegria”, conforme se podia ler num outro texto, sobre o qual as irmãs refletiram. 

“Ai vai a santa”, “a boa mãe” eram expressões que se ouviam quando a irmã Wilson passava e que, no fundo, mostram que missão e santidade são palavras que, como disse D. António, “não podem dissociar-se” e são algo ao alcance de todos, como podemos ver pelo próprio exemplo da Irmã Wilson. “Todos nós temos esse sentido de missão” e uma oportunidade de o pôr em prática, especialmente neste Ano Missionário que, na nossa Diocese tem por lema “Ser Cristão, Viver em Missão”. E essa missão pode muito bem ser “rezar por um milagre para que aconteça o que desejamos, o quanto antes, que é a sua Beatificação”.

De resto, disse, “este dia tem a tónica de reconhecimento e de gratidão, de compromisso e de serviço, de acordo com o carisma que foi semeado e deixado pela Irmã Wilson, naquela preocupação de unir a caridade ao anúncio do Evangelho”. 

Apesar de “vivermos tempos diferentes”, conforme disse D. António, “vivemos tempos exigentes” e é preciso encontrar respostas adequadas e que tenham “consistência na alma e no coração de cada um”. Daí ter deixado três pensamentos que, no seu entender podem ajudar: o primeiro é “a comunicação alegre e feliz”, outro é “que as dificuldades são a tónica da vida, mas são elas que nos mantêm moralmente em forma”, o terceiro é que ao “cumprir o nosso dever para com o próximo, Deus cuidará de nós”. 

No final da celebração a Irmã Dulce Pinto, superiora provincial, agradeceu ao bispo do Funchal pela sua disponibilidade para presidir a esta Eucaristia e aproveitou para lhe garantir que, tal como ele acabara de pedir, iriam continuar a “implorar bênçãos e graças a Deus através da Irmã Wilson”, algo que tem de ser feito “por cada uma de nós, suas filhas, mas também por toda a Igreja”, frisou. 

Informou ainda que a partir de agora, todos os dias 18 de cada mês, será feita “uma hora de adoração ao Santíssimo Sacramento”, pedindo isso mesmo”. De resto, e como dizia a própria Irmã Wilson, “se for preciso um milagre Deus o fará.

A anteceder a Eucaristia as Irmãs estiveram ainda reunidas num momento de oração e de adoração a Nossa Senhora das Vitórias.