D. António: “Que Nossa Senhora da Assunção nos continue a apontar a meta e o caminho para sermos o rosto de Cristo para o mundo”

Missa dos 500 anos da Dedicação da Sé | Já o Núncio Apostólico D. Rino Passigato, em nome do Santo Padre, saudou toda a comunidade diocesana, sublinhando que o Papa associa-se espiritualmente “ao jubiloso canto de ação de graças”.

O programa das comemorações jubilares dos 500 anos da Dedicação da Sé do Funchal culminou ao fim do dia desta quarta-feira, com uma Eucaristia solene, presidida por D. António Carrilho, que teve na missa o representante do Papa Francisco em Portugal, D. Rino Passigato.

O Núncio Apostólico trouxe uma mensagem do Papa Francisco para assinalar estes 500 anos de dedicação da Sé. D. Rino Passigato, em nome do Santo Padre, saudou toda a comunidade diocesana, sublinhando que o Papa associa-se espiritualmente “ao jubiloso canto de ação de graças”.

O representante, em nome do Papa, apelou a “uma igreja una e unida na qual, se algo tem de ser sacrificado, pois que sejam os particularismos, as rivalidades, as discórdias, o egoísmo — e são ainda tantos, mesmo no Reino da caridade que é a Igreja de Jesus”.

Por sua vez, D. António Carrilho disse que a Diocese se sentia “honrada com o privilégio desta visita”, salientando que “Vós sois para nós, o sinal da presença e caridade do Santo Padre. Obrigado por ter aceite estar connosco nesta data tão significativa para toda a Diocese do Funchal”.

Na homilia desta Eucaristia marcada pela presença na catedral das imagens de Nossa Senhora do Monte, padroeira da cidade do Funchal e São Tiago Menor, padroeiro da Diocese do Funchal, o prelado desejou “que Deus nos conceda a graça de sermos bons continuadores da missão assumida e realizada ao longo dos 500 anos da Diocese e dos dinamismos espirituais e apostólicos que fluíram desta nossa Catedral, como testemunhos de caridade fraterna e serviço à sociedade”. E que guiados pelo lema deste ano pastoral 2017/1018, “apontemos para uma Igreja jovem com os jovens”.

D. António Carrilho desejou ainda que Nossa Senhora da Assunção, padroeira da Catedral, nos continue a apontar a meta e a nos indicar o caminho da Igreja, para que continuemos a “Ser para o mundo o Rosto de Cristo”.

De resto, sublinhou, “a Igreja quer ser o rosto de Cristo, bom samaritano, nas suas obras sociais, porque “tudo o que é humano, é sempre alvo da preocupação da Igreja”, que é “educadora da juventude e promove a família”, mas que também “interpela a consciência de cada pessoa, tendo em vista uma humanidade mais verdadeira”. Além disso, “considera a vida humana inestimável no seu princípio e no seu fim; promove a dignidade humana, olha preferencialmente para os mais pequenos, os que sofrem em suas casas e nos hospitais, os idosos, os abandonados, os pobres, os que não têm lar.” Não foram esquecidas as recentes vítimas dos incêndios que lavraram no pais, por quem a comunidade presente também foi convidada a orar.

Esta é a mesma Igreja que “chama a uma correta utilização dos recursos naturais, num tempo em que a exploração da natureza pelo homem compromete os ciclos naturais e a própria vida humana”.

Levar o Evangelho aos outros

A nova evangelização, sublinhou o prelado, é necessária à nossa sociedade e é uma “responsabilidade na Igreja diocesana”. Responsabilidade que se estende aos pais e mães de família mas também “aos membros de comunidades cristãs, consagrados e pastores”. Daí que “a formação e o aprofundamento da fé dos cristãos importa muito para a missão da Igreja” e que este seja “um trabalho constante que precisa de disponibilidade, interesse e alegria para transmitir o que recebemos, o dom da Fé”.

Depois de sublinhar que “o Evangelho de Jesus é sempre actual”, D. António desafiou cada um a, tal como fez S. Paulo, pensar “ai de mim se não evangelizar”. Levar o Evangelho aos outros e transmitir o que recebemos requer, disse, “humildade para se deixar convencer por Cristo, amor à Igreja, generosidade e determinação”.

Perante uma Sé repleta de fiéis, e onde marcaram também presença os Bispos Eméritos de Évora e Bragança, D. Maurílio de Gouveia e D. António Montes, vários cónegos entre ao quais Vitor Gomes, Pároco da Sé do Funchal, muitos outros elementos do clero madeirense, seminaristas, membros dos Institutos de Vida Consagrada e também as principais entidades civis e militares da Região, D. António salientou ainda que “o ritual da Dedicação duma Igreja é sempre uma das acções litúrgicas mais solenes e mais ricas de Significado”. Consagrando um edifício material, feito pelos homens, “a Dedicação exprime o próprio mistério da Igreja, verdadeiro templo de Deus construído de pedras vivas”, que somos todos nós, aqueles a quem Ele escolheu.

A terminar de referir que esta Eucaristia da Dedicação foi solenizada pelo Coro de Câmara da Madeira, acompanhado não só pelo antigo Órgão da Catedral, mas também pelo novo instrumento construído por Dinarte Machado e que foi encomendado pelo Cabido da Sé, precisamente para ser uma marca desta efeméride para a posteridade.