“Edificar uma só família humana, restaurando as relações de fraternidade sem muros nem fronteiras”

Peregrinação Aniversária do Migrante e do Refugiado Fátima, 12 e 13 de agosto de 2017

© Agência Ecclesia

Por Eugénia Costa Quaresma

Obra Católica Portuguesa de Migrações

 

O Senhor faz maravilhas…

Ao findar a peregrinação é grande e inefável a emoção que nos envolve; emerge naturalmente uma profunda gratidão, pelo dom da vida e por todos os que aceitaram dinamizar os diferentes momentos de oração.

Em Fátima – Altar do mundo acolhe-se a Vida que se configura com todas as idades e diversas nacionalidades. Peregrinos e Migrantes não se escondem o sofrimento, nem o espanto, encontram-se na alegria do serviço e percebem que o fim é um reenvio, é um mandato a recomeçar de um outro jeito: Coração cheio, Esperança renovada e Fé fortalecida.

Inspirados pelas diversas formas de oração em jornada contínua, Deus não cessa de nos convidar ao recolhimento, a instar ao silêncio para verdadeiramente O escutarmos e permitirmos que Ele transforme a nossa vida e a dos nossos irmãos e irmãs, que vindos de todas as partes, dão um forte testemunho de universalidade e comunhão.

Quem vive a peregrinação percebe como o Senhor nos convoca, seduz e nos fala através dos outros. Em comunidade, a diversidade linguística não é obstáculo, e facilmente acreditamos que a Paz é possível! Somos convocados a levar essa Paz, o Consolo, a Luz para os nossos contextos.

Em Fátima tudo nos fala de Jesus e de Maria, a Santa mãe de Deus, e somos inquietados pelo Mistério.

Em Fátima ainda há gestos que não conseguimos entender, interrogamo-nos à cerca da dor humana e do sentido do sacrifício. É na palavra do Senhor que encontramos a resposta: «Ide aprender o que significa prefiro a misericórdia ao Sacrifício» Mt 9, 13. É no exercício do Amor traduzido em gestos e palavras de paciência, benevolência, perdão para com o nosso próximo, a nossa família, o nosso povo que aprendemos o sentido do projeto de Deus para os seus filhos. Edificar uma só família humana, restaurando as relações de fraternidade sem muros nem fronteiras. Neste lugar todos povos e países que estão longe do santuário são recordados, e ficam mais perto através dos meios de comunicação social.

Acolher o futuro – novas gerações migrantes são o amanhã da humanidade foi o tema subjacente à semana de migrações que, decorreu a nível nacional de 6 a 13 de agosto de 2017 ajudou-nos a compreender como construir pontes hoje para que a nossa ação seja mais eficiente e dê frutos que perdurem no tempo. Os novos modelos de santidade Jacinta e Francisco Marto inspira-nos na simplicidade da sua existência a sermos firmes e fieis, a amar Jesus, Nossa Senhora, a Igreja e convidam-nos a crescer na capacidade de acolhimento e de serviço.