Neste domingo, 19 de março, celebramos o Dia do Pai e pedimos a intercessão de São José por todos os que receberam o dom da paternidade. Hoje, queremos dar graças a Deus pelos pais que nos deu e mostrar-lhes profunda gratidão: “obrigado, pai”.
Cada pai é pai à sua maneira, com as suas virtudes e as suas limitações, fazendo o melhor que está ao seu alcance para corresponder à sua missão, nos mais diversos contextos. Aos olhos das crianças, os seus pais são os melhores do mundo. Na adolescência e juventude, já não são os super-heróis, mas continuam a ser uma referência essencial na construção da personalidade dos seus filhos.
Num mundo em contínuas mutações, a figura paterna também está em adaptação. É possível identificar três grandes tipologias do conceito de paternidade presentes na sociedade atual (Braga & Lima, Paternidade. Uma revisão integrativa, 2020).
O modelo de pai tradicional, está ligado à responsabilidade do sustento familiar e do exercício da autoridade. O pai está distante. A interação com os filhos realiza-se sobretudo aos fins-de-semana. Os cuidados diários das crianças são deixados à responsabilidade das mães, que se tornam as suas únicas referências afetivas.
No segundo modelo, dá-se uma redistribuição dos papéis. O pai, além da função da proteção da família, começa a participar mais na vida das crianças. As brincadeiras e o diálogo aproximam o pai da vida dos filhos. O pai é chamado a colaborar nas tarefas domésticas e na educação dos filhos, promovendo maior harmonia na família.
O terceiro modelo está ligado a um conceito de paternidade como expressão de afeto. Ser pai é sobretudo, dar carinho e amor aos filhos, estabelecendo com estes uma relação de qualidade. Estão presentes no dia a dia e participam ativamente na sua educação. O cuidado do ambiente familiar com uma participação mais ativa nas atividades domésticas e o envolvimento afetivo são dois elementos importantes para esta tipologia.
Cada um destes conceitos de paternidade apresentam desafios aos pais. Quando passam muito tempo a trabalhar, sentem que podiam estar mais perto dos filhos. Quando se dedicam à educação e cuidado dos filhos, sentem que podiam estar a trabalhar mais e a assegurar um melhor rendimento financeiro. Muitas vezes, estes sentimentos contraditórios, não são partilhados. Culturalmente, os homens aprendem a não expressar as suas emoções. Como é importante para a saúde física e psicológica dos pais, terem momentos de escuta e atenção, partilha e afeto.