Porto: Diocese afasta temporariamente três sacerdotes após investigação interna

Decisão tomada após análise da liste de sete nomes, fornecida pela Comissão Independente

D.R.

“No âmbito da investigação interna sobre os nomes constantes da lista de suspeitos fornecida pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica, o bispo do Porto decidiu afastar temporariamente três sacerdotes diocesanos de toda a atividade pastoral”, indica um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

O comunicado segue-se a uma nota divulgada a 10 de março, em que a diocese anunciava que tinha sido “iniciada a investigação prévia a respeito dos sete clérigos vivos”.

“Nos arquivos diocesanos, não se encontra qualquer indício de possíveis crimes de abusos, tal como, aliás, o Grupo de Investigação Histórica já tinha verificado. À Comissão Diocesana para o Cuidado dos Frágeis também não chegou qualquer denúncia relativamente a estes nomes”, podia ler-se.

Segundo o comunicado, estavam a decorrer diligências, que incluíram reuniões do bispo diocesano, D. Manuel Linda, com várias pessoas, “à procura de eventuais informações complementares” que pudessem justificar a implementação de medidas.

“Se, entretanto, aparecerem indícios fiáveis, o bispo diocesano não hesitará em suspender preventivamente o clérigo em causa”, acrescentava a Diocese do Porto.

O bispo tem o direito, desde a abertura da investigação prévia, de impor medidas cautelares – que são um ato administrativo -, entre as quais o afastamento ou proibição de exercício público do ministério.

A Diocese do Porto recebeu uma lista com 12 nomes, no total, que foi entregue ao Ministério Público por D. Manuel Linda; desses sacerdotes, quatro já faleceram e um já não pertence à diocese.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja (CI) em Portugal apresentou a 13 de fevereiro um relatório, no qual validou 512 testemunhos, apontando a um número de 4815 vítimas, entre 1950 e 2022, e entregou aos responsáveis católicos de Portugal uma lista com nomes de alegados abusadores, no dia 3 de março.

O Vaticano disponibiliza desde 2020 um “vade-mécum” para ajudar os bispos e responsáveis de institutos religiosos no tratamento de denúncias de abusos sexuais de menores.

OC