O bispo do Funchal presidiu ao fim da tarde de domingo, 12 de março, a uma Eucaristia com a qual se assinalaram os 40 anos da Cáritas Diocesana do Funchal e o encerramento da Semana Nacional Cáritas, que decorreu de 5 a 12 de março precisamente.
Na homilia, o prelado refletiu sobre as leituras deste terceiro domingo da Quaresma, nomeadamente sobre o Evangelho, vincando que o encontro de Jesus com aquela mulher samaritana, junto ao poço de Jacó, lhe “abriu um novo horizonte”.
A partir daí, ela deixou “de ficar presa na sua vida do quotidiano, de viver no pecado”, para passar a “viver uma nova realidade, a realidade de alguém que se oferece para lhe saciar a sede, a sede de Deus”.
E é essa sede que os cristãos procuram ainda hoje saciar. A sede, continuou D. Nuno, “de nos entendermos a nós mesmos, da nossa vida fazer sentido no meio deste mundo sem sentido”.
Quando Jesus diz à mulher que se beber a água viva que Ele lhe oferece, sabemos que se trata “do seu Espírito, do amor que une o Pai ao Filho.
A samaritana percebeu “o porquê do mundo existir e o quanto é necessário mudar, converter”. Os cristãos devem perceber o mesmo e perceber ainda que “precisamos ser mais de Deus, de deixar os critérios do mundo e dos homens”.
Por seu lado São Paulo dizia, na II Leitura, que “o amor de Deus foi «derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» ou seja apesar de pecadores Deus deu-nos o seu Espírito, Ele que conhece as nossas fraquezas e os nossos pecados”.
A Cáritas, continuou, é “esse amor de Deus derramado em nossos corações, neste caso, “nesta instituição que em nome da Igreja mostra, atua, faz caridade, ajuda aqueles que mais precisam”.
“Peçamos ao Senhor esta graça, a graça de correspondermos ao amor que tem por todos e cada um de nós, a graça de em cada dia sermos capazes de conversão, a graça de em cada dia não desistirmos de nós e dos outros”.
No final da celebração, em que voltaram a estar presentes representantes de várias entidades militares e civis, com destaque para o presidente da Assembleia Legislativa, Duarte Pacheco, presidente da Cáritas, deu a conhecer aqueles que este ano iam ser homenageados pela instituição: D. António Carrilho e a pastora Ilse Berardo.
Não estando na Região foi o Pe. Fernando Soares, assistente espiritual da instituição, que recebeu o pin e o louvor destinado ao bispo emérito.
Já a pastora Ilse, em breves palavras, agradeceu este “gesto amigável e ecuménico” da Cáritas lembrando, no entanto, que não é só ela que colabora, “mas toda a nossa comunidade, e muito mais pessoas, que gostam de ajudar a população da Madeira”.
Fazem-no “por amor”, embora, “nem sempre tudo corra como desejamos”. O importante, sublinhou, “é continuarmos inquietos, um bom exercício para a nossa saúde espiritual como Igreja e como crentes, para não nos tornarmos indiferentes às necessidades e perguntas do outro em dificuldades”.
No final, o cónego Fiel fez os agradecimentos em particular ao comandante da ZMM por ter voltado a responder ao apelo para que fossem os militares a levar os andores de Jesus e de Nossa Senhora das Dores na procissão, em que participaram também os elementos da Cáritas.