De há anos a esta parte, é habitual na Quaresma ver o Papa Francisco a confessar-se. Sabíamos que todos os Papas anteriores o faziam, mas de uma forma discreta, aos seus confessores. Hoje vemos que até o Papa se confessa!
Ao contrário, muitos por aí dizem que não é necessário; outros, que se confessam diretamente a Deus. Os primeiros, talvez achem que fazem tudo corretamente — falta-lhes o confronto com o amor de Deus, para reconhecerem o seu pecado. Os outros, falta-lhes ler o evangelho, quando o Senhor diz aos Onze: “aqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados” (Jo 20,23).
Procuremos entender: quando ofendo alguém, isso é mau para essa pessoa que ofendi, e é mau para mim que diminuí na minha vida de cristão. Mas, ao pecar, ofendi também a Deus que me manda amar até o inimigo, e ofendi igualmente a Igreja — quer dizer, ofendi o povo de Deus, o conjunto dos baptizados. É verdade: as minhas más acções (e, se virmos bem, o mesmo se pode dizer das omissões e dos pensamentos) ofendem também a Igreja. Santa Teresinha do Menino Jesus dizia que uma alma que se eleva, eleva o mundo, ou seja: torna melhor o mundo inteiro. Mas, infelizmente, o contrário também é verdade: alguém que faz o mal, torna também pior a Igreja e o mundo inteiro!
O que eu sou, o que eu faço de mal, ofende a Igreja: mostra menos a Igreja santa; ofusca nela o rosto de Cristo. A Igreja é vítima das más ações dos seus membros, quaisquer que elas sejam — não é culpada, é vítima!
É por isso que faz todo o sentido que, para obter o perdão de Deus, seja também necessário que Deus e a Igreja estejam presentes, ao menos através dum sacerdote.