“Diante dos abusos, especialmente aqueles cometidos por membros da Igreja, não basta pedir perdão”, disse o Papa Francisco na mensagem de vídeo com a intenção de oração para o mês de março, publicada na passada quinta-feira, dia 2.
O vídeo, realizado com a colaboração do artista italiano Hermes Mangialardo, apresenta um quarto escuro, com as cortinas fechadas. Nas paredes vemos pinturas de várias plantas com diferentes cores (tulipa, jarro, rosa, girassol, estrelícia). Na escuridão as flores vão murchando. Quando finalmente a cortina é rasgada, os raios de sol entram no quarto. A luz traz nova vida às plantas feridas.
Nesta mensagem, o papa destaca três atitudes: ações concretas para reparar e prevenir os abusos; denunciar os abusos para que sejam conhecidos, e tornar a Igreja um lugar seguro para ouvir e acompanhar as vítimas.
1.Agir
“Pedir perdão é necessário, mas não é suficiente. Pedir perdão é bom para as vítimas, porque são elas que devem estar ´no centro´ de tudo.
A sua dor, os seus danos psicológicos podem começar a cicatrizar se encontrarem respostas; ações concretas para reparar os horrores que sofreram e evitar que se repitam”.
2. Denunciar
“A Igreja não pode tentar esconder a tragédia dos abusos, quaisquer que sejam. Nem quando os abusos ocorrem nas famílias, em clubes, ou noutro tipo de instituições. A Igreja deve ser um exemplo para ajudar a resolvê-los, tornando-os conhecidos na sociedade e nas famílias”.
3. Cuidar
“É a Igreja que tem de oferecer espaços seguros para ouvir as vítimas, acompanhá-las psicologicamente e protegê-las”.
Ao longo do mês de março, o Papa Francisco pede aos cristãos de toda a Igreja, “Rezemos pelos que sofrem por causa do mal cometido pelos membros da comunidade eclesial: para que encontrem na própria Igreja uma resposta concreta às suas dores e aos seus sofrimentos”.