Foi na igreja de São Sebastião, em Câmara de Lobos, que teve lugar a missa exequial do Pe. Manuel Jorge Fernandes Neves. A Eucaristia, presidida pelo bispo do Funchal, contou com a presença de vários padres, família e amigos do sacerdote, falecido aos 81 anos, bem como de representantes das principais entidades locais.
Logo no início da celebração, D. Nuno Brás deu “graças a Deus por aquilo que foi a vida e o ministério sacerdotal do sr. Pe. Neves” e pelo “amigo que ele foi para nós, o Pastor, a presença de Cristo ao longo da sua vida sacerdotal, em particular neste Concelho de Câmara de lobos, nas suas várias paróquias”. O bispo diocesano pediu ainda ao Senhor que “perdoe os seus pecados e o acolha na sua vida”
Já na homilia, o prelado disse que as leituras que tinham acabado de ser proclamadas “são marcadas pela certeza de que no final da nossa vida terrena havemos de nos encontrar, definitivamente, com o Pai, com Deus”
E, continuou, “esta é uma certeza que vai crescendo, podendo nós até dizer que o caminho da nossa vida cristã consiste precisamente nisto: em irmos conhecendo cada vez mais o Senhor de forma a desenvolver em nós esta certeza da vida eterna”.
Job dizia na primeira leitura «eu sei que o meu Redentor está vivo e no último dia Se levantará sobre a terra. Revestido da minha pele, estarei de pé; na minha carne verei a Deus. Eu próprio O verei, meus olhos O hão de contemplar»” e São Paulo aos Coríntios afirmava «Como sabemos, irmãos, Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos há de ressuscitar com Jesus e nos levará convosco para junto d’Ele».
Por isso, prosseguiu D. Nuno Brás, “na raiz da vida cristã, como dizia o Papa Bento XVI, «não está uma ideia, não está uma ética, está um encontro», um encontro com Jesus que dá à vida humana um novo sentido, um sentido definitivo”.
Um encontro que se vai tornado mais certo a cada dia, precisamente porque “percebemos este amor de Deus de que falava o próprio Jesus no Evangelho, percebemos que Jesus Cristo está verdadeiramente ao nosso lado” e que “no final da nossa vida encontraremos Deus, não como juiz castigador, mas como um pai bondoso que nos convida precisamente a viver plenamente, definitivamente o seu amor, a sua vida”, vincou.
“A vida de um sacerdote consiste precisamente em tornar visível, presente este amor de Deus, consiste em ajudar todos a perceber este amor de Deus que está ali ao nosso lado, consiste em ajudar-nos a desenvolver esta certeza que nos é dada pelo Espírito Santo que habita em nós”, frisou o bispo diocesano.
Esta realidade muda toda a nossa vida e mostra-nos que “podemos fazer pelos outros tantas coisas que achávamos que não eramos capazes de fazer”, disse o prelado, para logo acrescentar que acredita que “a vida do Sr. Pe. Neves foi assim, na serenidade, na disponibilidade para os irmãos e para Deus, mas ao mesmo tempo também esta proclamação desta certeza serena com que a manhã de Pascoa anuncia a ressurreição de Cristo”, por cuja vida damos graças, como damos graças por aquilo que foi a vida do Pe. Neves.
No final da celebração o vigário geral da diocese também usou da palavra e fê-lo para afirmar que D. Nuno Bás “caraterizou muito bem o sr. Pe. Neves e apenas em duas palavras: disponibilidade e sinceridade”. A estas o cónego Fiel acrescentou uma outra: discrição. A discrição que o acompanhou em toda a sua caminhada sacerdotal, mas que não o impediu de “fazer um grande trabalho de acompanhamento”, que a presença de paroquianos do mar é serra nesta celebração testemunha.
Terminada a Missa Exequial, o funeral prosseguiu para o cemitério de Câmara de Lobos, onde os restos mortais do Pe. Neves foram sepultados na terra, como era seu desejo.